Powell Minimiza Impacto do Coronavírus; Banco da Inglaterra Mostra Cautela

 | 12.02.2020 10:26

Por Kathy Lien, diretora executiva de estratégia de câmbio da BK Asset Management

A maioria das principais moedas se recuperou frente ao dólar estadunidense na terça-feira, graças, em parte, à correção ocorrida nos títulos do Tesouro americano e às novas máximas recordes das ações nos EUA. Embora as ações tenham recuado em relação às máximas e terminado o dia estáveis, as moedas mantiveram seus ganhos.

O depoimento semestral de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), ao congresso americano sobre economia e política monetária é o grande evento desta semana. A julgar pela reação no dólar e no Dow, os investidores gostaram do que ele tinha a dizer. Powell defendeu que a economia americana está indo bem, os fundamentos que dão suporte aos gastos das famílias seguem sólidos e, embora a desaceleração na China provocada pelo coronavírus possa ter algum efeito sobre os EUA, ainda é cedo demais para saber a dimensão desse impacto. O banco central dos EUA está monitorando de perto os riscos à sua perspectiva, mas, por enquanto, a política monetária continua adequada.

No depoimento de Powell ao congresso americano nesta semana, os investidores querem respostas para três perguntas-chave:

  1. O coronavírus terá algum impacto sobre os EUA?
  2. Quando as operações de recompra vão terminar?
  3. É possível haver um {{eel-168|corte de juros}}?

O presidente do Fed minimizou o impacto do coronavírus. Com base em seus comentários, ficou claro que o Fed não fará nada, pois a China tomou medidas concretas para conter o vírus e oferecer liquidez ao mercado. Ocorreram alguns casos de contaminação nos EUA, mas, até o momento, o impacto do vírus na economia norte-americana é limitado. Gostaríamos, entretanto, de lembrar aos nossos leitores que muitas fábricas que abastecem empresas dos EUA na China continuam fechadas e os voos para o país asiático seguem cancelados. Mesmo assim, os investidores responderam à perspectiva otimista de Powell impulsionando as ações e as moedas com beta elevado.

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Sobre as recompras, a expectativa é que o Fed continue suas operações até abril. Os mercados financeiros parecem estar funcionando bem e, se o cenário continuar assim, o banco gradativamente fará a transição das operações de recompra para o aprovisionamento de reservas. Mas, levando em consideração a demanda da última operação, cuja subscrição foi excedida em um terço, a liquidez ainda é um problema. Muitos consideram que essas operações são similares à flexibilização quantitativa e, como não há um prazo definido para o encerramento das recompras, os investidores enxergaram a iniciativa como um sinal verde para continuar comprando ações. Apesar de os futuros dos fundos do Fed estarem precificando uma chance de 30% de afrouxamento neste ano, Powell nos deu poucas razões para acreditar que um corte de juros esteja sobre a mesa. Tudo isso é positivo para os ativos norte-americanos, inclusive o dólar, o que explica a resiliência do USD/JPY. Powell fará um novo depoimento perante o Senado nesta quarta-feira e não esperamos qualquer surpresa capaz de influenciar as negociações hoje.

Mark Carney, governador do Banco da Inglaterra, também se pronunciou na terça-feira e seus comentários foram muito mais cautelosos que os de Powell. Carney afirmou que o impacto econômico do coronavírus já é maior do que o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês). Ao mesmo tempo, a incerteza provocada pelo Brexit impediu o aumento da produtividade, o que talvez possa exigir certo grau de estímulo, a fim de fazer com que a tendência volte a crescer. Mais especificamente, o governador afirmou que pode haver um {{eel-170|corte de juros}} caso não haja uma recuperação após as eleições. A libra esterlina tem surpreendido por sua resiliência, apesar desses comentários e do fraco crescimento do PIB, firmando-se acima da média móvel de 100 dias. Os dados do {{eel-121|4º tri}} confirmaram a estagnação da economia do Reino Unido, mas o crescimento se manteve em 1,1% {{eel-728|no ano}}, contrariando a previsão de desaceleração para 0,8%. A {{eel-158|produção industrial}} cresceu menos do que o previsto, mas o Reino Unido apresentou um inesperado {{eel-284|superávit comercial}} em dezembro, graças ao salto nas exportações de metais. Tirando os metais preciosos, as exportações foram fracas.

O próximo grande evento da semana é o {{eel-167|anúncio de política monetária}} do Banco Central da Nova Zelândia (RBNZ). Nenhuma alteração de posição é esperada. No entanto, em vista do rebaixamento do PIB pelo banco central da Austrália e da disseminação do coronavírus em janeiro, a política monetária neozelandesa pode se tornar mais cautelosa. A última vez em que o RBNZ se reuniu foi em novembro, e sua decisão provocou um rali de 400 pontos no NZD/USD. Naquele momento, Adrian Orr, governador do banco, transpareceu otimismo quando disse que não havia urgência em agir. No mês passado, Christian Hawkesby, governador assistente do RBNZ, declarou que a instituição estava monitorando o impacto do coronavírus e que a desvalorização da moeda estava ajudando a proteger a economia. Os dados não pioraram desde a última reunião; na verdade, houve uma melhora no setor imobiliário, na atividade industrial e na {{eel-27|confiança empresarial}}. Entretanto, quase todos esses relatórios se referem ao período anterior ao coronavírus, por isso nossa expectativa é que a perspectiva tenha mudado. Novas preocupações por parte do RBNZ podem fazer com que o par NZD/USD atinja as mínimas de quatro meses. Uma ambivalência como a do Fed marcará um fundo de curto prazo na moeda.

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