Preços Irracionais

 | 31.03.2020 14:38

Escolha seu lado

Só existe um caminho para obter uma performance superior no mercado: aproveitar as ineficiências — erros de percepção e precificação —, cometidos por seus participantes. Para tal, você precisa estar no lado certo desses erros.

Os erros acontecem porque investir é uma ação tomada por seres humanos, que estão à mercê de suas emoções e dos incentivos perversos que podem influenciar suas decisões, como investidores institucionais sendo obrigados a vender para atender o mandato de risco ou para cobrir resgates de seus fundos.

A maioria dos investidores tem a inteligência necessária para analisar informações disponíveis, mas poucos entendem o poder da psicologia nos investimentos.

Isso significa que muitos podem chegar a conclusões racionais similares, mas o que eles fazem com essas conclusões varia significativamente. Os maiores erros nos investimentos não vêm de fatores analíticos ou informacionais.

O medo é uma das emoções que impedem os investidores de tomar as decisões que deveriam. Ele leva investidores a ignorar a lógica, a história (lições aprendidas com o passado) e o fato de os mercados funcionarem em ciclos.

Naturalmente, cada nova crise é diferente, inesperada e inevitável —, caso contrário, não chegaria a existir. Mas o comportamento de pânico é comum em todas elas.

O alto nível de incerteza, de volatilidade, acabam acionando o "modo pânico" nos investidores, que entram em uma “corrida para segurança” e levam os preços a patamares completamente irracionais.

A matemática não mente

É amplamente aceito pelo mercado o fato de que o valor justo de uma empresa é igual a seu fluxo de caixa, de hoje até o infinito, descontado a valor presente.

Não vou questionar o fato de que os fluxos de caixa que as empresas entregarão no futuro, obviamente, não são conhecidos previamente como em um papel de renda fixa e, logo, eles precisam ser projetados por cada investidor de acordo com suas premissas.

Nem o fato de que a taxa de desconto utilizada precisa ser estimada, e costuma conter uma série de inconsistências.

Tudo isso fica para uma próxima oportunidade... Quero me apoiar em uma das virtudes do modelo de fluxo de caixa descontado para defender meu ponto: sua matemática.

Ela é simples e completamente lógica. Com ela, podemos tirar importantes conclusões.

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Como, por exemplo, o fato de que, se o primeiro ano de um fluxo de caixa que iria até "o infinito" for zerado, o valor de tal empresa reduz em apenas -9,09 por cento.

É isto mesmo que você acabou de ler: a matemática de um valuation nos diz que, se a empresa na qual você investe entregar um fluxo de caixa igual a zero em 2020 e, a partir de 2021, voltar a dar o que deu em 2019, ela deveria ter caído apenas -9 por cento.