Prévia do Fed: Powell deve elevar o tom na semana que vem; como se preparar?

 | 15.09.2023 10:46

  • Depois de elevar os juros em julho, é praticamente certo que o Federal Reserve não apertará ainda mais a política monetária na reunião da semana que vem.
  • O presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, provavelmente deixará as portas abertas para um novo aumento das taxas em novembro, diante da alta recente da inflação acima das expectativas.
  • Nesse cenário, usei o filtro de ações do InvestingPro para pesquisar empresas de alta qualidade e com grande força relativa, a fim de selecionar bons papéis para o atual ambiente.
  • A próxima semana será extremamente importante para a perspectiva de juros do Federal Reserve. A expectativa é que seja uma das decisões de política monetária mais importantes do ano, em que o banco central dos EUA deve suspender sua campanha de aumento das taxas ao final da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) na quarta-feira.

    Fonte: Investing.com

    Os mercados financeiros preveem uma probabilidade de 98% de o Fed manter as taxas de juros nos níveis atuais, de acordo com a ferramenta Monitor de Juros do Fed, disponível no Investing.com.

    Se o Fed, de fato, optar por não prosseguir com um aperto adicional na próxima semana, deixará a faixa-alvo de juros em um intervalo entre 5,25% e 5,50%, a mais alta desde janeiro de 2001.

    Fonte: Investing.com

    Além da decisão de juros, as atenções estarão voltadas às declarações do presidente do banco central americano, Jerome Powell, que falará logo após a divulgação do comunicado do Fomc. Os investidores acompanharão de perto a coletiva de imprensa, a fim de buscar novas pistas sobre a perspectiva da instituição para a economia e a inflação.

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    Os dirigentes do Fed também fornecerão novas projeções para as taxas de juros e o crescimento econômico, em meio à incerteza dos investidores com a política monetária até o final do ano.

    Previsão: Uma "pausa hawkish"

    Embora a expectativa seja que o Fed mantenha as taxas inalteradas na próxima semana, o comunicado deve deixar claro que é possível haver um novo aumento de juros em novembro.

    Além disso, Powell deve abrir as portas para um aperto maior se necessário, enfatizando que a decisão dependerá dos dados e que o banco central dos EUA continua firmemente comprometido em fazer a inflação convergir para a meta de 2%.

    Nesse sentido, não seria surpreendente se a maioria dos dirigentes continuasse projetando pelo menos mais um aumento de juros até o final do ano.

    Nesse caso, não seria surpreendente se o Fed subisse os juros para níveis acima do que os mercados atualmente antecipam, mantendo-os elevados por mais tempo, pois ainda há trabalho a ser feito para desacelerar a economia e controlar a inflação.

    De fato, os dados de preços ao consumidor nos EUA divulgados esta semana mostraram que a inflação aumentou 0,6% no mês passado, o maior avanço desde junho de 2022, devido principalmente aos preços da energia. Nos 12 meses até agosto, a taxa do IPC subiu 3,7%, acelerando em relação a 3,2% em julho.

    Fonte: Investing.com

    Excluindo itens voláteis, como alimentos e energia, o núcleo do IPC subiu 0,3%, moderado por uma queda nos preços de carros usados e caminhões. Em bases anuais, o núcleo do IPC desacelerou de 4,7% para 4,3%, o menor avanço ano a ano desde setembro de 2021.

    Considerando o recente aumento nos preços de petróleo e gás, as pressões inflacionárias provavelmente se acelerarão nos próximos meses, resultando em outra onda de inflação alta.

    Além disso, a economia continua superando as expectativas, mesmo com juros mais altos. Contrariando as expectativas de muitos em relação a uma possível recessão nos EUA este ano, a economia do país tem demonstrado uma capacidade surpreendente de resistir, sustentada por um mercado de trabalho firme e o forte consumo das famílias.

    Levando isso em consideração, permaneço cético em relação ao fim do aperto pelo Fed neste momento. De fato, o mercado de juros futuros mostra uma chance de 40% de outro aumento das taxas até dezembro, uma alta em relação a 30% no mês passado.

    Fonte: Investing.com

    Ao mesmo tempo, os mercados adiaram o momento do primeiro corte de juros no próximo ano para julho de 2024, em comparação com as expectativas de um mês atrás de que as taxas começariam a cair em março, dado que a inflação permanece bem acima das normas históricas.

    O que fazer agora

    Diante desse cenário, pode ser prudente que os investidores adotem uma postura cautelosa no curto prazo, pois, na minha opinião, o ambiente atual não é favorável para aumentar a exposição às ações. Enquanto a inflação continuar sendo uma preocupação e o Fed deixar a porta aberta para outro aumento de juros, acredito que o mercado acionário terá dificuldades para avançar pelo restante de 2023, e as ações enfrentarão mais volatilidade.

    No momento em que escrevo, estou vendido no S&P 500, Nasdaq 100 e Russell 2000 por meio do ProShares Short S&P500 (NYSE:SH), ProShares Short QQQ (NYSE:PSQ) e ProShares Short Russell2000 (NYSE:RWM).

    Além disso, estou comprado no Dow Jones Industrial por meio do Dow Jones Industrial Average ETF (NYSE:DIA). Também tenho posição comprada no Energy Select Sector SPDR ETF (NYSE:XLE) e no Health Care Select Sector SPDR ETF (NYSE:XLV).

    Levando isso em consideração, usei o filtro de ações do InvestingPro para montar uma lista de ações favoritas de empresas de alta qualidade, que estão bem posicionadas para enfrentar a turbulência causada pelo Fed nos próximos meses.

    Não é de surpreender que, entre alguns dos nomes de maior destaque, estão Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa), Meta Platforms (NASDAQ:META), ExxonMobil (NYSE:XOM), UnitedHealth Group (NYSE:UNH), Johnson & Johnson (NYSE:JNJ), Chevron (NYSE:CVX), AbbVie (NYSE:ABBV), Cisco (NASDAQ:CSCO), Caterpillar (NYSE:CAT), General Electric (NYSE:GE) e Deere (NYSE:DE).

    Fonte: InvestingPro

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    Aviso: O autor regularmente rebalanceia a carteira de ações individuais e ETFs com base na avaliação contínua do risco do ambiente macroeconômico e das finanças das empresas. As visões discutidas neste artigo correspondem exclusivamente à opinião do autor e não devem ser consideradas como uma recomendação de investimento.

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