Primeira Semana de 2022

 | 03.01.2022 09:54

Iniciamos a primeira semana de 2022 refletindo sobre como deve evoluir o Covid, já considerado uma endemia, algo mais controlado e com menos óbitos. A nova cepa Ômicron impressiona pela sua disseminação, mas o bom ritmo de vacinação em muitos países, de certa forma, neutraliza o aumento no número de óbitos. Mesmo assim, tivemos uma virada de ano em “anticlímax”, com muitos adotando isolamento social e cancelando eventos com aglomerações. As vacinações para crianças, entre 5 a 11 anos, seguem ocorrendo, assim como a necessidade de passaporte vacinal para os que se deslocam pelo mundo. 

No Brasil, pelo negacionismo do governo, há atrasos injustificáveis, com a perspectiva na vacinação de crianças só a partir da primeira quinzena de janeiro. Embora o presidente tenha negado o passaporte vacinal para quem ingressa no país, o STF rejeitou esta decisão e autorizou-a. Isso, aliás, tem sido uma rotina. Bolsonaro nega algo, o STF vai lá e autoriza.  

No mercado doméstico teremos um ano de muita volatilidade, diante de uma eleição polarizada, talvez, entre Lula e Bolsonaro (a confirmar). No mundo, a retirada de estímulos monetários, nos desenvolvidos, deve alterar o fluxo de capitais pelos mercados, impactando nas cotações das moedas, em especial, entre os emergentes. 

No Brasil, em “picos de estresse”, o real deve passar de R$ 6,00, ainda mais quando se sabe do clima de tensão na disputa eleitoral deste ano, confrontando dois candidatos de extremos, um de direita, na “bacia das almas”, derretendo nas pesquisas eleitorais mais recentes, outro, de esquerda, sempre o Lula, despontando como franco favorito. 

Nesta primeira semana do ano, dentre os destaques na agenda internacional a atividade da China na quarta-feira, dia também da ata do Fed e os dados de mercado de trabalho nos EUA, com o payroll e a taxa de desemprego na sexta-feira, devendo melhorar mesmo com a Covid. No Brasil, estejamos atentos ao desempenho fiscal, já sabendo que o Congresso e o STF estarão nos seus laudos recessos. 

Nos mercados, alguns não abrem nesta segunda-feira, com feriados prolongados em Tóquio e Londres. Na bolsa de Hong Kong as negociações com ações da Evergrande Group estarão suspensas.