Primeiro Copom do ano

 | 27.01.2023 13:05

Vimos deterioração considerável dos indicadores de confiança nos últimos dois meses. Dados de atividade referentes ao último trimestre de 2022 também mostram a perda de ímpeto na economia.
 

A 252ª reunião do Copom ocorre em meio a dúvidas sobre o posicionamento institucional da autoridade monetária. Ainda que em parte sejam “ruídos políticos de curto prazo”, o fluxo de notícias durante as últimas duas semanas sobre a independência do Banco Central, a meta de inflação, a composição do Copom e as críticas repetidas ao nível de juros atual elevam, por si só, a dispersão das projeções de inflação, sua volatilidade e pressionam o prêmio de risco. Esse resultado, somado aos desafios fiscais, justifica nossa visão de Selic inalterada pelo restante de 2023.

Os altos juros reais cobram seu preço em termos de atividade. Vimos deterioração considerável dos indicadores de confiança nos últimos dois meses. Dados de atividade referentes ao último trimestre de 2022 também mostram a perda de ímpeto na economia. Por outro lado, a taxa de desemprego permanece em patamar historicamente baixo, ainda que alguns indicadores já apontem para seu arrefecimento e a expectativa central seja de gradual aumento na medida em que a atividade econômica desacelera.