Investing.com | 18.01.2022 10:50
Quando a Procter & Gamble (NYSE:PG) (SA:PGCO34) apresentar seu último balanço amanhã pela manhã, os investidores vão querer saber se a gigante do setor de produtos de consumo está sendo capaz de manter seus mercados globais bem abastecidos diante dos distúrbios causados pela variante ômicron do vírus da Covid .
De fabricantes de móveis a supermercados, as maiores empresas mundiais estão usando seus grandes orçamentos, sua ampla presença global e sua participação de mercado dominante para se isolar dos desarranjos da cadeia de suprimentos em nível internacional.
Mesmo assim, pode ser que o impacto dos persistentes obstáculos logísticos não possa ser completamente evitado. A P&G espera gastar US$2,3 bilhões em despesas após este ano fiscal, um aumento em relação à expectativa anterior de US$1,9 bilhão, devido à escalada de custos relacionados aos elevados preços das commodities e do frete.
“Experimentamos todo o impacto da alta das commodities e custos de transporte neste trimestre”, afirmou o diretor-geral financeiro André Schulten, em uma teleconferência em outubro.
A P&G, no entanto, tem plenas condições de se isolar desses gargalos, graças à sua capacidade de elevar preços e gastar para solucionar esses problemas de fornecimento. A empresa sediada em Cincinnati, que fabrica diversos produtos bastante conhecidos do consumidor, como as fraldas Pampers e o sabão líquido Tide, começou a cobrar mais por seus barbeadores e determinados produtos de beleza e cuidado bucal. Essas elevações de preços ocorrem após iniciativas anteriores de começar a cobrar mais por uma variedade de produtos domésticos, como fraldas e papéis higiênicos.
h2 Ação perto da máxima recorde/h2Talvez essa seja a principal razão pela qual os investidores ignoraram os problemas relacionados a suprimentos por parte da Procter & Gamble. Suas ações atingiram a máxima recorde no início deste mês, depois de se valorizarem cerca de 11% no último trimestre.
O papel fechou o pregão de sexta-feira cotado a US$159,81. Os mercados americanos ficaram fechados na segunda-feira por causa de um feriado.
A força das marcas da P&G, seu alcance global e a reestruturação dos seus negócios nos últimos anos fizeram com que a companhia tivesse alto crescimento no segmento de produtos de consumo básico, com muito mais anos de sólido crescimento pela frente.
O atual ambiente inflacionário, em nossa visão, ajudará a impulsionar ainda mais as vendas, já que os consumidores estão dispostos a pagar pelo que querem em meio à elevada demanda por produtos domésticos essenciais durante a pandemia. Lauren Lieberman, analista do Barclays (LON:BARC), manteve sua recomendação de compra da Procter & Gamble em 13 de janeiro, definindo o preço-alvo de US$178,00.
Fonte: InvestingPro
O InvestingPro possui um modelo analítico que oferece um cenário mais amplo, atribuindo um valor justo de US$173,41 para a ação, com um spread potencial mais amplo.
Os analistas, de forma geral, estão otimistas com a perspectiva de desempenho das ações da P&G.
Gráfico: Investing.com
Dos 23 analistas pesquisados pelo Investing.com , 12 classificam as ações da empresa como acima da média.
Dito isso, são poucas as chances de que a P&G consiga superar com grande margem as estimativas de lucro para seu último trimestre, na medida em que os custos com commodities e frete provavelmente continuarão pesando sobre seus resultados para todo o ano.
De acordo com as últimas estimativas da companhia, esses fatores podem reduzir seu lucro por ação anual em US$0,90. Se não fossem os enormes problemas causados pela inflação, os resultados de todo o ano ficariam 15% acima da atual previsão de LPA da companhia.
h3 Conclusão/h3Um possível resultado abaixo das expectativas amanhã não deve desencorajar os investidores de longo prazo, em nossa visão. A companhia está bem posicionada para lidar com os desarranjos da oferta e a inflação das commodities, graças ao seu forte e diversificado portfólio e à disposição dos consumidores de pagar mais por suas marcas.
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