Projeções Erráticas Prevaleceram em 2015 e Poderão se Repetir em 2016

 | 06.01.2016 11:45

É imperativo que as análises da situação atual e perspectivas sejam realistas.

BASE: BOLETIM FOCUS DO BC, que apresenta as projeções medianas do mercado financeiro.

Base Focus: Projeções - 2015

Como se depara projeções fundamentais como IPCA (inflação), taxa cambial, PIB, desempenho da atividade industrial e preços administrados tiveram forte afastamento da visão que o mercado financeiro mantinha ao início do ano de 2015.

Há inúmeros fatores que podem explicar esta ocorrência, sendo a principal a dimensão da crise fiscal e paralisante da atividade econômica que não era possível ser detectada ao início do ano de 2015 e que veio a ganhar transparência logo nos primeiros meses do ano.

Mas o fato é que as principais projeções para tomada de decisões se revelaram extremamente erráticas.

Para 2016 tudo indica que já há projeções absolutamente fora do ponto, além de uma discussão se a crise é política ou econômica, com ênfase a questão fiscal.

Evidente que há os dois fatores, mas o fato concreto é que a não recuperação da atividade econômica, impossível neste momento já que não há como definir um planejamento de desenvolvimento sem estabilizar o quadro caótico e decadente da atividade econômica, coloca em perspectiva o incremento forte do desemprego, perda de renda e potencial de consumo, sem que se consiga um grande feito contra a inflação, praticamente não responsiva a aumento de taxa de juro, pois não há pressão de demanda mas sim perspectiva de agravamento da recessão.

O desgaste da imagem do país no mercado global, já penalizada pelas agências de rating e que poderá ser agravada, é neste ano de 2016 muito mais intenso do que o era ao início do ano de 2015.

Downgrade é uma realidade, baixa atratividade para o investidor externo (muito se fala que o pais está barato, mas o risco cambial que no ano passado atingiu quase 50% este ano deve replicar pelo menos mais 25% e a economia não sugere retornos compensadores), ambiente político turbulento de difícil superação, questão fiscal de difícil solução, massa assalariada com queda de renda e propensão ao consumo, etc....

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Então, projetar-se uma queda da inflação pelo IPCA de 10,72% para 6,87% não nos parece sustentável, mesmo que a recessão se faça expressiva, o país deverá ter, minimamente, 9% de inflação, já que as pressões não respondem mais a aumento de juro pois não há demanda aquecida e sim tendência a crescimento da inadimplência.

Neste ambiente com perspectivas amplamente desfavoráveis das quais citamos algumas é insustentável imaginar-se uma taxa cambial ao final do ano de R$ 4,21. Muito provavelmente, na melhor hipótese, teremos uma taxa cambial em torno de R$ 5,00, com queda nos IED´s e risco de intensificação de saídas de recursos externos mesmo que o COPOM eleve a taxa SELIC, que no fundo se prestará mais a remunerar os agentes do mercado financeiro e a onerar as contas públicas.

As projeções para o PIB negativo em 2,95% e produção industrial negativa em 3,50% estão em linha com a tendência, podendo ser mais acentuada para a produção industrial e não se espera com esta perspectiva reordenamento da política fiscal, por isso o governo federal vem contando com o restabelecimento do imposto de má qualidade que é a CPMF, mas poderá encontrar resistências no Congresso, onde não tem base política confortável.

É possível que com a economia em recessão o governo venha a sofrer pressões para aumento dos preços administrados que ultrapassem 7,50%, o que se prestará para aniquilar a renda já cadente das classes menos favorecidas.

O incremento do desemprego parece tendência bem consistente, agravada agora pelo aumento do salário mínimo, que imaginamos, contrariamente ao objetivo, estimulará mais ainda o desemprego de mão de obra não qualificada, reduzindo em cada 3 para 2 e dispensando 1.

Na realidade o “status quo” do país e suas perspectivas sugerem projeções mais equânimes com o cenário prospectivo, e não é isto que se observa ao início do ano em itens extremamente importantes para tomada de decisões.

É preciso mais realismo na manifestação de projeções, mais ousadia na percepção dos quadros prospectivos.

Dólar ao preço de R$ 4,21 ao final de 2016 é absolutamente improvável, no nosso entender impossível mesmo, e o conjunto de fatores afetando o país no momento e em perspectiva, acreditamos, dão plena sustentabilidade a uma projeção de R$ 5,00.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações