Empresas Americanas Preveem um Caminho Longo e Doloroso Até a Recuperação

 | 13.05.2020 08:27

Com a temporada de balanços do 1T2020 chegando ao fim, ficou claro que, se a pandemia de Covid-19 continuar gerando estragos na economia mundial, os executivos de algumas das maiores empresas norte-americanas não conseguirão fazer uma projeção dos seus resultados futuros.

Mesmo nos casos em que há um prognóstico feito por algum executivo corajoso, a indicação é a de um doloroso caminho até a recuperação, que em nada se parece com uma retomada em “V” esperada por tantos investidores. Uma pesquisa realizada pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) neste mês, no intuito de compreender o impacto do vírus nos resultados, descobriu que as empresas estão mais cautelosas com o futuro do que na época da Crise Financeira de 2008.

Cerca de 42% das empresas públicas não financeiras dos EUA estão discutindo a redução de investimentos, 27% já estão falando no tamanho ou mesmo na sua capacidade de pagamento de proventos e 17% estão focadas em reduzir suas linhas de crédito, concluíram os economistas Andrew Y. Chen e Jie Yang. No pico da última recessão, os números eram de 25%, 11% e 7%, respectivamente,

“O aumento dramático na parcela de empresas que estão tomando essas ações indica que as preocupações financeiras diante da Covid-19 são ainda maiores do que em 2008”, escreveram os economistas.

Os resultados do primeiro trimestre das maiores empresas de tecnologia dos EUA mostraram sua considerável incerteza em relação ao crescimento e a lucratividade no futuro.

Histórica incerteza econômica

A Amazon (NASDAQ:AMZN), gigante do varejo eletrônico, apesar de ter registrado o maior salto no número de itens vendidos em sua rede em oito anos, está enfrentando uma escalada nos custos de entregas de produtos durante os confinamentos, ao mesmo tempo em que tenta evitar que seus milhares de colaboradores sejam contaminados pelo vírus.

Durante a teleconferência após seu balanço em 23 de abril, a empresa alertou que poderia perder US$ 1,5 bilhão no atual trimestre. “Se você é acionista da Amazon, talvez seja melhor se sentar um pouco”, declarou Jeff Bezos, CEO da companhia.

Em razão da histórica incerteza econômica e das baixas projeções de vendas dos seus iPhones, a Apple (NASDAQ:AAPL) recusou-se a fornecer números para seu atual trimestre. Essa é a primeira vez que isso acontece desde que a empresa começou a fornecer um prognóstico concreto de receita no final de 2003.

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Não obstante o obscuro cenário econômico gerado pelo vírus, algumas empresas de tecnologia ganharam terreno, graças ao aumento das compras online, das interações pelas mídias sociais e da utilização dos serviços de nuvem por colaboradores remotos, aumentando sua liderança.