Quais as Ações Menos e Mais Arriscadas da B3? E Quais as Mais Descorrelacionadas?

 | 23.07.2021 05:15

Olá, pessoal! Na coluna de hoje, analisei a correlação com o mercado e o risco de papéis (ações e units) negociados na bolsa. Como universo de análise, tomei os papéis que compõem o IBrX 100 atualmente. Este índice é mais abrangente do que o Ibovespa e escolhe seus 100 constituintes pelos maiores índices de negociabilidade, funcionando como um ótimo filtro de liquidez. Qualquer análise de ações que não estejam neste índice precisa ser feita com atenção, pois a baixa liquidez esconde riscos que retornos não conseguem capturar. Utilizei dados diários dos últimos 12 meses, gentilmente cedidos pela plataforma de dados Quantum Finance.h2 Quais os papéis menos e mais correlacionados com o Ibovespa?/h2

A descorrelação é uma característica importante quando se escolhe os ativos que comporão uma carteira de investimento. Isso porque a diversificação com papéis descorrelacionados é mais eficiente do que com papéis altamente correlacionados. Em outras palavras, papéis com baixa correlação com o mercado permitem reduzir o risco da carteira mais assertivamente que papéis altamente correlacionados. Esse é um conceito bastante conhecido pela teoria de gestão de carteiras, mas cabe um exemplo para mostrar isso.

Suponha que você jogará dois dados em sequência e a sua felicidade é proporcional à soma dos valores obtidos, de modo que o resultado 1 + 1 geraria a maior tristeza possível. No primeiro lançamento, infelizmente você obtém o resultado 1. Caso o segundo dado seja descorrelacionado, significa que a chance do pior cenário possível, dado que o primeiro dado deu 1, seria 1/6 porque um novo resultado 1 seria equiprovável a qualquer outro resultado. Mas, agora imagine que há indícios de que o dado seja adulterado e o fato de ter dado 1 no primeiro lançamento aumenta a chance de dar novamente 1 no segundo lançamento para 50%. Pronto, esta correlação fez com que a chance para o pior cenário possível aumente, ou seja, o seu risco com a correlação dos dados aumentou.

Voltando para o contexto de uma carteira de investimentos, o mesmo acontece. Imagine que Joãozinho tenha apenas ações ordinárias da Petrobras (SA:PETR3)) e queira diversificar comprando uma segunda ação. Caso ele compre a ação preferencial da mesma companhia (SA:PETR4), sua diversificação será pífia, pois esses dois papéis têm altíssima correlação, acima de 0,95, por serem papéis da mesma empresa. Agora, se Joãozinho comprar ações da Suzano (SA:SUZB3), obviamente o grau de diversificação será maior, o que implica numa carteira mais eficiente sob o ponto de vista da relação risco vs. retorno. Se você quiser saber mais a respeito da importância de ativos pouco correlacionados na gestão de carteiras, leia este artigo que escrevi no ano passado.

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Calculei a correlação de cada um dos constituintes do IBrX 100 com o mais conhecido índice da Bolsa de São Paulo: o Ibovespa. Abaixo, listo os 10 papéis menos e mais correlacionados com esse índice.