Quem Chegará ao Segundo Turno das Eleições?

 | 12.09.2018 10:27

A ressaca do feriado já passou. E a ressaca, dessa vez, foi política: o atentado contra Jair Bolsonaro, na tarde da véspera do feriado (6), discretamente começa a sair de cena nos principais noticiários e redes sociais. Agora, começa a se definir melhor o cenário do segundo turno das eleições.

Setembro é sempre sinônimo de acontecimentos importantes. No calendário histórico, o ataque às Torres Gêmeas, em 2001, e o golpe militar no Chile, em 1973. É o mês, também, em que se iniciou e terminou a Segunda Guerra Mundial (1 de setembro de 1939 e 2 de setembro de 1945).

No mundo político brasileiro não é diferente. Nas eleições passadas, setembro foi determinante para o desfecho final. Exatamente no dia 10 de setembro de 2014, o Instituto Datafolha divulgava pesquisa nacional para a Presidência da República: Dilma Rousseff era o voto de 36% dos entrevistados e Marina Silva vinha logo em seguida, com 33%. Aécio Neves amargava somente 15% das intenções.

A data marcava o início da derrocada de Marina e a explosiva reação do mineiro do PSDB. No fim das contas, Aécio perdeu no segundo turno por muito pouco. Muitos viam o tucano fora da disputa após o acidente de Eduardo Campos e ignoraram a força da polarização histórica no país entre centro-esquerda e centro-direita.

Nas eleições atuais, existem duas questões – sem resposta – que inquietam aqueles que acompanham política e estão preocupados com seus investimentos.

A primeira é: qual a força das redes sociais e da internet em relação aos mecanismos tradicionais de campanha para o resultado das eleições? Na minha opinião, ainda teremos uma grande predominância da propaganda via TV e outros instrumentos tradicionais. Nem toda a população tem acesso à internet e, se tem, a maioria dispõe de uso limitado. Se informar pela TV fica mais fácil.

O atentado contra Jair Bolsonaro e a solidariedade da população não se converteu em um aumento das intenções de voto do candidato. Isso reforça que a rede social, tomada pelo assunto nestes últimos dias, serve mais como um espaço de análises e debates do que propriamente para a decisão de voto.

A segunda pergunta diz respeito ao possível rompimento da polarização PT x PSDB no segundo turno. Apesar da resposta ser imprecisa, acredito que a ruptura ocorrerá, com Jair Bolsonaro no segundo turno. É verdade que o episódio da facada não impulsionou sua candidatura, mas seu eleitorado fiel – que se mantém entre 20-25% em todas as pesquisas – garante a passagem.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

No momento atual, acredito que a segunda vaga fica entre Ciro Gomes e Fernando Haddad. Os dois candidatos irão disputar o eleitor de centro-esquerda, sendo mais provável que Haddad saia vencedor com a transferência de votos de Lula. Se Ciro for ao segundo turno, será por erro de estratégia petista – que demorou demais para lançar o ex-prefeito de São Paulo em substituição ao ex-presidente.

Dificilmente teremos um cenário de segundo turno sem PT nem PSDB. A força de ambos os partidos tanto em recursos, tempo de TV e rádio, quanto em diretórios regionais faz com que outros concorrentes tenham a difícil tarefa de conquistar eleitorado por métodos não convencionais. Bolsonaro o fez com um discurso anti-establishment polêmico, mas já tem pesadelos com o alto índice de rejeição que tira suas chances de vitória no segundo turno. Marina, repetindo a história de 2010 e 2014, parece ficar pelo caminho. Alckmin só terá chances se roubar votos de Amoêdo, Dias ou até mesmo de Marina.

É quase clichê falar novamente que estas são as eleições mais imprevisíveis da história, mas realmente espanta ver quatro candidatos empatados tecnicamente no segundo lugar com tão pouco tempo para a votação.

Setembro de 2018 será lembrado menos pelo ataque ao militar da reserva e mais pelo afunilamento – finalmente – dos candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno das eleições.

Felipe Berenguer

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações