R$500 Por Conta no FGTS e BCs Mundiais Cortando Juros Pressionam Copom

 | 25.07.2019 07:36

Bom dia Investidores,

Ontem o Ibovespa subiu 0,40% e fechou aos 104.119 pontos, com um bom giro financeiro de R$16 bilhões.

O mercado ontem operou na expectativa do anúncio da liberação de saques do FGTS, além dos eventos corporativos e olhando para um cenário externo mais dovish, ou seja, gerando mais estímulos para a economia, com uma preocupação maior com a falta de crescimento econômico e taxa de desemprego do que com a inflação.

Falando do FGTS, a MP assinada por Bolsonaro trouxe quatro novos pontos. O primeiro foi a liberação do saque de até R$ 500 por conta, seja ativa ou inativa, o segundo foi o saque aniversário, no qual o trabalhador vai poder escolher se ele quer continuar do jeito que está, podendo sacar 100% do valor do FGTS no caso demissão ou se ele quer todo ano sacar uma parte do recurso de acordo com uma tabela já divulgada. Essa tabela é decrescente, quanto maior o valor no fundo, menor a porcentagem que poderá ser resgatado por ano, ou seja, quanto maior o valor no FGTS, menos interessante se torna o saque-aniversário.

O terceiro ponto foi a liberação para a utilização do saque-aniversário como garantia de empréstimo, uma espécie de crédito consignado, pois o valor do saque já virá com o desconto da parcela do empréstimo. E por fim, o FGTS que repassava 50% do lucro do fundo para o trabalhador, passará a repassar 100% já a partir de agosto.

Duas regras que poderiam ter alguma mudança se mantiveram da mesma forma, o trabalhador demitido sem justa causa continuará recebendo a multa de 40% sobre o FGTS, optando ou não pelo saque-aniversário. Além disso, a rentabilidade do FGTS se mantém em 3% + TR ao ano, perdendo para a poupança e até para a inflação, por isso se tiver a oportunidade o ideal é sacar, pois no fundo o seu dinheiro vai perdendo poder de compra.

A ideia do governo, foi atingir o maior número de contas com essa medida, pois 81% das contas do FGTS possuem menos de R$ 500 de saldo, por isso não dá para saber ao certo qual será o impacto desse valor liberado, pois está muito pulverizado. Porém o governo estima um impacto de 0,35% no PIB em 12 meses, com a injeção de R$ 42 bilhões na economia, sendo R$ 30 bilhões este ano e R$ 12 bilhões em 2020.

Ontem na espera dos detalhes do FGTS, as varejistas voltaram a ter um dia de alta, acreditando que parte desse recurso liberado pelo FGTS poderá ser utilizado para o consumo. Com isso as ações da Via Varejo (SA:VVAR3) dispararam 5,78%, Magazine Luiza (SA:MGLU3) subiram 1,57%, Lojas Americanas (SA:LAME4) subiram 0,66% e Lojas Renner (SA:LREN3) subiram 0,37%.

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Até as construtoras seguiram em alta, com o alívio na manutenção do bloqueio dos saldos de contas maiores, que em grande parte acabam sendo utilizando em financiamentos imobiliários. A Cyrela (SA:CYRE3) subiu 1,39% e MRV (MRVE3 (SA:MRVE3)) subiu 0,37%.

Já as ações da Petrobras (SA:PETR4) caíram 0,62%, acompanhando a queda do preço do barril de petróleo. Ontem a BR Distribuidora (SA:BRDT3) chegaram a subir mais de 6%, porém devolveu boa parte dos ganhos e fechou com alta de 1,54%. Ontem foi o primeiro pregão da empresa após a venda das ações da Petrobrás, que reduziram sua participação 71,25% para 41,25%, transformando a BR Distribuidora em uma companhia privada de capital pulverizado. Esse percentual deve cair ainda mais por conta de lote suplementar.

As ações da Vale (VALE3 (SA:VALE3)) recuaram 2,14% seguindo a queda do preço do minério, assim como as ações da CSN (CSNA3 (SA:CSNA3)) que caíram 3,92% pelo mesmo motivo.

Os bancos fecharam em direções opostas, com Bradesco (SA:BBDC4) subindo 1,88%, Itaú (ITUB4) caindo 0,08%, Santander (SA:SANB11) caindo 1,07%, Banco do Brasil (SA:BBAS3) subindo 1,81% e Banco Inter (SA:BIDI4) caindo 2,62%.

A maior alta ontem foram as ações da Cielo (SA:CIEL3) que dispararam 12,89%, mesmo com um balanço ruim. Alguns analistas atribuíram parte da alta ao discurso do presidente, que foi enfático ao falar do enfrentamento a concorrência, outros atrelaram esse movimento a compras para a cobertura de posições por agentes que haviam alugado as ações para vendê-las. Fato que é essa alta parece ser exagerada.

Indo para o dólar a moeda recuou 0,10%, fechando aos R$ 3,76. O motivo dessa queda se dá pelos movimentos dos BCs mundiais em estimularem a economia via corte de juros. Quanto mais os países desenvolvidos cortarem juros, mais capital irá para os emergentes, com o Brasil sendo um grande candidato para esses recursos. O Euro caiu 0,33% e fechou em R$ 4,19.

Os DIs fecharam mais um dia de queda, com o mercado precificando uma queda de 0,50% para semana que vem, se por acaso o Copom optar por um corte de apenas 0,25%, a tendência é que a bolsa caia, por conta de um menos estímulo do que o esperado. O Di jan 2021 recuou de 5,42% para 5,41% e o DI Jan 2025 recuou de 6,87% para 6,84%.

Na agenda hoje teremos o IPCE-Fipe às 5 horas, os dados do Caged às 10 horas, que deve ser positivo pelo terceiro mês seguido e o relatório mensal da dívida pública às 14h30. No calendário de resultados, teremos a divulgação do lucro do Bradesco, que o mercado está bastante confiante que será positivo e também o balanço de Ecorodovias (SA:ECOR3), ambos antes da abertura do pregão.

Indo para os Estados Unidos, as bolsas fecharam em direções opostas, com o Dow Jones recuando 0,29%, puxado pela queda das ações da Boeing. Já o S&P500 subiu 0,47%, estabelecendo um novo recorde histórico, assim como a Nasdaq subiu 0,85% e também cravou um novo recorde.

Por lá, o mercado voltou a ficar mais confiante com os avanços nas negociações comerciais entre China e EUA, além do calendário de balanços que tem apresentado resultados acima do esperado. Ontem Facebook divulgou um ótimo resultado após o fechamento do pregão, o que deve ajudar a estimular ainda mais a Nasdaq.

Hoje teremos os resultados de Alphabet (NASDAQ:GOOGL)(Google), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Intel (NASDAQ:INTC), todos após o fechamento do pregão. Na agenda teremos apenas os dados de encomendas de bens duráveis dos EUA em junho às 9h30.

Indo para a Europa, as bolsas abriram em alta, com Frankfurt subindo 0,13%, Londres subindo 0,09%, Paris subindo 0,44% e Madri subindo 0,04%. Na Ásia as bolsas fecharam em alta, com Tóquio subindo 0,22%, Shanghai subindo 0,48% e Hong Kong subindo 0,24%. Já Seul recuou 0,38%.

O preço do barril de petróleo voltou a cair, após notícias que o Kuwait e os sauditas podem retomar a produção em zona neutra, dessa forma aumentando a oferta e derrubando o preço. O WTI fechou em US$ 55,88 com queda de 1,57%, enquanto o Brent fechou em US$ 63,18 com queda de 1,02%.

As criptomoedas estão subindo nas últimas 24 horas, com o Bitcoin subindo 3,92%, a ethereum subindo 6,66% e a ripple subindo 3,05%.

Para finalizar o IFIX subiu 0,07%, tendo como principal destaque o Continental Square Faria Lima FII (SA:FLMA11) com alta de 6,51%.

Ótima quinta e bons negócios!

Por Fabio Louzada – Eu me banco!

Analista de Valores Mobiliários (CNPI nº 1888)

Acorda Mercado – Ano II, Edição 216

h2 $500 por conta no FGTS e BCs mundiais cortando juros, pressionam Copom | Acorda Mercado 25/07/h2

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