Investing.com | 01.08.2022 11:16
Ao olhar o mercado americano após a primeira quinzena de julho, muitos investidores balançaram a cabeça em desânimo ao ver que todos os principais índices enfrentavam dificuldades para ficar no positivo.
As notícias sobre a inflação não eram nada boas. Tudo indicava que o Fed elevaria as taxas de juros, talvez em um ponto percentual. Havia rumores de uma recessão. O noticiário envolvendo a Ucrânia continuava horrível. O mercado imobiliário registrava forte desaceleração. Os preços das criptomoedas vinham caindo há meses, e seu ecossistema parecia enfrentar instabilidade.
De repente, indo de encontro com todas as notícias ruins, as ações alçaram voo na última quinzena do mês, auferindo os melhores ganhos desde 2020 nos principais índices. As criptos também repicaram.
h2 É possível que o rali continue. A questão é: por quanto tempo?/h2O índice S&P 500 encerrou o mês de julho subindo 9,1%, assim como o Dow Jones Industrial, que avançou 6,7%, um dos melhores desempenhos para ambos os índices desde novembro de 2020. Já o Nasdaq Composite disparou 12,4%, em paralelo com seu irmão Nasdaq 100, que saltou 12,6%. Seus avanços foram os melhores desde abril de 2020.
As criptomoedas, que tendem a rastrear o Nasdaq, não ficaram para trás. O Bitcoin se recuperou quase 30% no mês, depois de cair 41% em junho.
As compras na semana passada foram frenéticas, sobretudo após os balanços e as projeções acima das expectativas para empresas como Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34), Exxon Mobil (NYSE:XOM) (BVMF:EXXO34) e Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34). Os ganhos da Amazon ocorreram após uma baixa contábil de US$ 3,9 bilhões decorrente do seu investimento na fabricante de veículos automotivos Rivian Automotive (NASDAQ:RIVN). (As ações da Rivian estão agora 56% abaixo do seu preço de IPO de US$ 78 em novembro).
A Exxon e outras empresas petrolíferas ainda estão apurando lucros enormes, com o petróleo girando em torno de US$ 100.
O S&P 500 evidencia quão frenéticas foram as compras em julho. No total 443 ações do S&P 500 registraram ganhos no mês, uma alta em relação a 57 em junho.
Das 443 ações vencedoras de julho, 217 tiveram ganhos maiores que 10%. A última vez em que isso aconteceu foi em novembro de 2020, de acordo com Howard Silverblatt, analista sênior de índices da S&P Dow Jones.
Em junho de 2022, apenas uma ação do S&P 500 subiu 10% ou mais, a Dollar General (NYSE:DG), com uma alta de 11,4%. (Em julho, sua valorização foi de 1,22%.)
Para se ter uma ideia melhor do cenário mais amplo, a principal ação do S&P 500 em julho foi a Enphase Energy (NASDAQ:ENPH), empresa que fabrica produtos de energia solar com foco no mercado residencial. A Enphase saltou 45,6% no mês e 55% no ano. A empresa também é a única, entre os 10 papéis com melhor desempenho em junho, a ficar no Top 10 de julho.
A Bath & Body Works (NYSE:BBWI), varejista de produtos domésticos e de cuidado pessoal, teve a sexta melhor performance do S&P no mês, com uma alta de 32%, mas ainda assim acumula uma queda de 49,1% no ano. A ação caiu tanto porque foi a terceira pior do S&P 500 em junho, com um recuo de 34,4%.
Os mercados, sobretudo os acionários, estão enfrentando muita volatilidade em todas as partes. O que os investidores estão vendo é um desempenho consistente. É por isso que muitos estão céticos com o fato de que os ganhos de julho possam ser o início de algo maior.
Apesar do rali do mês passado, o S&P 500 acumula uma queda de 13,3% em 2022. A queda acumulada do Dow é de 9,6%, enquanto o Nasdaq recua 20,8%, ainda em território de bear market (mercado de baixa).
O índice alemão DAX tem um resultado acumulado de -15,1%, mesmo após a alta de 5,5% em julho. A economia da Alemanha enfrenta dificuldade por causa da disparada dos custos de alimentos e energia, um efeito colateral da guerra envolvendo Rússia e Ucrânia. O Índice Xangai Composto caiu 4,3% em julho e 10,6% no ano, refletindo em parte os reveses da China no controle da Covid-19.
A volatilidade foi alimentada por quatro forças e os efeitos residuais da Covid-19.
Além disso, os mercados estão sendo impactados por computadores programados para rastrear indicadores técnicos, como os níveis de MACD.
O Nasdaq 100 começou a ganhar força quando o MACD passou a sinalizar um fortalecimento de curto prazo na segunda quinzena de junho. Os índices Russell 2000 e S&P 500 começaram a exibir condições similares mais ou menos uma semana depois, abrindo espaço para o rali. Tudo o que precisavam era de resultados decentes e projeções otimistas, o que ocorreu na semana passada.
Neste momento, o MACD e outros indicadores técnicos sugerem que as ações devem continuar se valorizando, possivelmente até agosto.
Mas existe um risco. Se o rali continuar muito forte, o mercado acionário pode ficar sobrecomprado e reverter. O índice de força relativa do Dow, S&P 500 e Nasdaq estão agora na região dos 60. O IFR é uma medida de momento que sinaliza se uma ação ou índice está se movendo rápido demais para cima ou para baixo. Se os níveis do IFR atingirem os patamares intermediários de 70 ou mais, é possível que vejamos alguma correção.
A última vez em que isso aconteceu foi em novembro, quando os IFRs do Nasdaq, S&P 500 e Dow se moveram para a região dos 70. A venda ocorreu logo depois do ano-novo, à medida que o Fed começou a pressionar os mercados a ficarem prontos para juros maiores.
Portanto, tenha cuidado.
Uma visão rápida de como o rali aconteceu.
h2 Vencedores e perdedores/h2Os principais setores de julho foram:
Quem ficou para trás foi:
10 melhores ações do S&P 500 em julho
(Julho, acumulado do ano)
Piores ações do S&P 500 em julho
(Julho, acumulado do ano)
5 melhores ações do Dow em julho
(Julho, acumulado do ano)
5 piores ações do Dow em julho
(Julho, acumulado do ano)
10 melhores ações do Nasdaq 100 em julho
(Julho, acumulado do ano)
10 piores ações do Nasdaq em julho
(Julho, acumulado do ano)
Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.
***
Quer encontrar sua próxima grande ideia em ações? O InvestingPro permite filtrar mais de 135 mil ações e encontrar as que estão crescendo mais rápido ou estão mais subvalorizadas no mundo, com dados, ferramentas e insights profissionais. Saiba mais »
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.