Real 2.0 na Era do Bitcoin: Uma Breve Introdução sobre stablecoins

 | 19.08.2019 16:28

O Bitcoin trouxe ao mundo a primeira versão de um dinheiro inteiramente digital. Agora, chegou a vez do Real brasileiro ganhar os superpoderes do Bitcoin e passar a ser transacionado em escala global de forma eficiente como uma verdadeira ferramenta financeira da era digital, com transparência, liberdade, privacidade, velocidade, segurança e baixíssimos custos de transação.

Os ativos digitais percorreram um longo caminho desde que o Bitcoin foi lançado em 2009. Apesar do inegável sucesso e da crescente adoção, se prestarmos atenção ao noticiário sobre criptomoedas, perceberemos que a volatilidade dos preços dos ativos é um ponto recorrente de preocupação dos participantes que atuam neste mercado.

A intensa volatilidade ocorre, principalmente, porque o mercado cripto é ainda relativamente pequeno em termos de capitalização de mercado, quando comparado, por exemplo, ao mercado de moedas tradicionais ou outros ativos, como o ouro.

Devido à relativa baixa liquidez, é comum vermos operações envolvendo apenas algumas dezenas de milhões de dólares movimentarem bruscamente, para cima ou para baixo, o mercado de Bitcoin, que é o ativo digital de maior liquidez dentre os mais de 2 mil criptoativos que são negociados diariamente no mundo.

O risco associado à forte volatilidade dos preços desestimula a utilização dos ativos digitais como meio para transferência de recursos e realização de pagamentos internacionais. É neste cenário que surgem, como solução para este e outros problemas, os ativos digitais estáveis, conhecidos internacionalmente como stablecoins.

Neste texto, quero discutir mais profundamente sobre o que são, como funcionam, qual a importância e os benefícios atrelados às stablecoins.

É crescente a percepção no mercado de que esta categoria de ativos digitais tem tudo para se transformar na principal ferramenta que conecta o mundo financeiro real ao digital.

Estamos diante da era da tokenização das moedas tradicionais. Você já imaginou as facilidades que a versão 2.0 do real brasileiro poderia nos trazer?

O que são stablecoins?

Stablecoins são criptomoedas que "imitam" as moedas tradicionais no ambiente digital.

Normalmente, as stablecoins reduzem a volatilidade de seus preços atrelando seu valor a outro ativo, geralmente estável, ou a uma cesta de ativos.

Esses ativos que respaldam o valor das stablecoins podem ser commodities negociadas em bolsa, como metais preciosos ou industriais, moeda estatal, como o dólar ou real, ou até mesmo outra criptomoeda.

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O tipo mais comum de stablecoin é aquela que utiliza como lastro alguma moeda tradicional ou uma cesta de moedas. Normalmente, elas são colateralizadas na proporção de 1:1. Ou seja, para cada unidade de stablecoin emitida, existe uma unidade da moeda estatal depositada em uma conta bancária. É justamente por isso que as stablecoins oferecem estabilidade nos preços.

Como exemplos desse tipo de stablecoin, temos a o token RealT, criado pela Real-T Tecnologia S/A .

Como funcionam as Stablecoins?

Grande parte das stablecoins são criptomoedas que têm a tecnologia blockchain como infraestrutura de operação. Ou seja, o seu funcionamento básico é bastante parecido com o do Bitcoin.

No caso da Tether, por exemplo, a maioria dos tokens USDT são emitidos a partir da blockchain da Omni . Outras empresas, como a Real-T, por exemplo, usam a blockchain do Ethereum para emitir os tokens que entram em circulação.

A utilização da tecnologia blockchain para criação das stablecoins oferece uma série de vantagens e benefícios para os usuários. Dentre eles, podem ser destacados a segurança, rapidez, transparência e baixo custo das transações.

Por que as stablecoins se tornaram tão populares?

A resposta a essa pergunta é simples: as stablecoins oferecem uma real solução para um dos problemas mais sérios do ecossistema das criptomoedas: a volatilidade.

Quando há algum tipo de risco no mercado de criptoativos, as stablecoins oferecem aos traders, arbitradores e participantes em geral um mecanismo de refúgio seguro e rápido para manutenção do valor dos seus ativos.

Se os consumidores estiverem preocupados com os movimentos futuros do mercado, eles poderão converter de maneira fácil e rápida suas criptomoedas voláteis em stablecoins, eliminando a necessidade de usar moeda estatal.

A utilização de uma stablecoin reduz bastante a participação dos bancos e de outros processadores de pagamento nas atividades de trading do mercado cripto.

Além disso, as stablecoins podem também ser usadas para realização de pagamentos internacionais e, cada vez mais, aparecem como opção de pagamento para compra de produtos e serviços em nosso dia-a-dia.

Exchanges de criptomoedas também podem obter benefícios com a crescente popularidade das stablecoins. A maioria delas está ativamente conscientizando seus clientes sobre o que são os stablecoins, a maneira como trabalham e os problemas que eles resolvem.

Enquanto a Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo, amplia agressivamente suas ofertas de pares de negociação, no Brasil, a Stratum, Nox Trading, 3XBIT, dentre outras exchanges e mesas de negociação já oferecem a possibilidade para seus clientes negociarem a RealT. No exterior, a exchange CBX oferece o par RealT/USDT.

Por que as stablecoins ainda não deslancharam no Brasil?

Boa parte dos brasileiros que negocia no mercado de criptoativos ainda não compreendeu perfeitamente os enormes benefícios que a digitalização do real poderia oferecer a eles nas negociações diárias no mercado cripto.

Com uma stablecoin, por exemplo, é possível aproveitar oportunidades de arbitragem tanto no Brasil quanto no exterior de maneira, rápida, segura e barata.

Transferir fundos usando stablecoins pode fornecer mais liquidez aos mercados, reduzir o risco de crédito e oferecer maior conveniência aos usuários, particularmente em relação a transferências internacionais, por meio de taxas de transação mais baixas e tempos de transferência mais curtos.

Transferências mais rápidas e mais baratas podem facilitar o comércio e aumentar o potencial de inclusão financeira ao fornecer um sistema de pagamento peer-to-peer universalmente acessível.

Conclusão

As stablecoins vieram para ficar e estão começando a sua jornada no Brasil. Com elas, o usuário poderá obter todos os benefícios oferecidos pelo Bitcoin, porém sem o risco da volatilidade de preços inerente às criptomoedas.

Dentre os principais benefícios do uso das stablecoins estão a rapidez, segurança e baixo custo das transações.

Cada vez mais, exchanges e participantes do mercado estão adotando as stablecoins como a ferramenta financeira preferida para realizar as negociações no mercado cripto.

Depois do grande sucesso do Tether no mundo, me parece que é apenas questão de tempo para o Brasil começar a usar o dinheiro estatal digitalizado, o "Real 2.0".

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