Roberta Cantinho | 04.11.2022 10:52
O pagamento por resultado de redução de emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e à degradação florestal e pela conservação, manejo sustentável e aumento da área de florestas, ou, simplesmente, REDD+, é uma importante oportunidade de financiamento climático para o Brasil, dada sua imensa área florestal e áreas com alto potencial para restauração.
O REDD+ nasceu em 2005 no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) para compensar financeiramente países em desenvolvimento com grande quantidade de florestas. Desta forma, quem dita as regras dessas transações é a própria UNFCCC. O Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês de Green Climate Fund) é seu principal canalizador de recursos.
O Brasil Fundo da Amazônia Oriental (FAO ), será preciso direcionar esforços para o estabelecimento de um mecanismo financeiro para o REDD+, o que significa investir em governança, estruturação e capacitação do intermediário financeiro que receberá, distribuirá e monitorará os recursos recebidos.
Vale lembrar que no mercado voluntário ainda existem os projetos privados de REDD+, em que os desenvolvedores de projetos comercializam seus créditos com compradores que visam minimizar os impactos suas atividades econômicas, por exemplo. Estes são desenvolvidos e registrados em sistemas de organizações que definem padrões e metodologias para quantificação dos créditos de carbono gerados. Claro, esses projetos também precisam atender aos requisitos de salvaguardas socioambientais. A certificação e o registro dessas iniciativas privadas fornecem os subsídios necessários para “sobrepor” iniciativas de diferentes níveis - nacional, estadual e local – de forma a evitar dupla contagem.
No âmbito da UNFCCC, ainda não há regulamentação que permita que países adquiram créditos de carbono provenientes de projetos REDD+ para alcançar suas metas de redução de gases de efeito estufa. No entanto, esse ponto poderá ser negociado durante a COP 27, que acontece neste mês de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito, o que aumenta ainda mais as oportunidades para o Brasil.
Investir em créditos de REDD+ significa valorizar a floresta em pé e recompensar povos e comunidades tradicionais por seus esforços em cuidar de nossos recursos, combater as mudanças climáticas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida de todos nós.
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