Renda fixa: Veja o relatório mensal de carteiras feitas com esta modalidade

 | 04.05.2023 14:35

Começamos ressaltando que trata-se de um projeto de cunho educacional, não existe sugestão ou indicação de investimento em nenhuma das carteiras.

O intuito é contribuir para elevação das discussões sobre investimentos em renda fixa no Brasil.

Acreditamos que com a obrigação da marcação a mercado de vários ativos de renda fixa, fato ocorrido em janeiro de 2023, a necessidade do entendimento sobre comportamento dos ativos de renda fixa ficará ainda mais latente.

Abril foi um mês de ganhos para a maioria dos ativos brasileiros, impulsionados tanto por maior disposição do investidor internacional quanto por questões internas. A reabertura econômica da China deu algum suporte às commodities, contrabalançando com as previsões de desaceleração econômica nos Estados Unidos. O real ganhou força frente ao dólar. Para renda fixa o mês de abertura nas taxas curtas e fechamento das longas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes de seu governo continuaram a pressionar pela queda dos juros, mas de forma mais amena. Ao mesmo tempo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, manteve a defesa dos juros elevados para controlar a inflação.

A apresentação do projeto de lei complementar com as novas regras fiscais, no dia 18, foi um dos destaques do mês. O texto foi mal recebido num primeiro momento, causando depreciação dos ativos brasileiros.

Depois a proposta fiscal foi melhor digerida e o principal índice da B3 (BVMF:B3SA3) acumulou ganho de 2,50% no mês, o que interrompeu sequência de perdas em março (-2,91%) e fevereiro (-7,49%), após abertura de ano positiva (+3,37% em janeiro).

O dólar encerrou abril cotado a R$ 4,9874, em queda de 1,6% em relação ao fechamento de março. No ano, o dólar acumula baixa de 5,54%.

A curva de juros futuros manteve perda de inclinação no balanço do mês, com as taxas curtas acumulando alta e as longas, queda em relação ao encerramento de março.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a 13,30% (+ 11 ptb), e a do DI para janeiro de 2025 subiu para 12,06% (+ 4 ptb). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,81% (-27 ptb) e a do DI para janeiro de 2029 (-40 ptb) ficou em 12,12%.

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Contribuiu para a instabilidade doméstica o vazamento de vídeo que mostra o general Marco Gonçalves Dias, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), dentro do Palácio do Planalto durante a invasão de golpistas bolsonaristas às sedes dos três Poderes, em Brasília, em 08 de janeiro. As imagens fortaleceram pressão pela criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a tentativa de golpe.

h2 No exterior/h2

Índices de inflação e de emprego divulgados desde a primeira semana do mês já apontavam para a desaceleração da economia dos Estados Unidos. Mais instabilidade foi adicionada quando o First Republic Bank divulgou queda de 40% em seus depósitos no primeiro trimestre. A notícia derrubou as ações da instituição e, por tabela, as do setor financeiro nas bolsas de Nova York, reavivando temores uma crise bancária nos EUA.

Mas o desempenho dos índices norte-americanos foi salvo por grandes empresas de tecnologia, como Microsoft (NASDAQ:MSFT), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (Google) e Meta (Facebook (NASDAQ:META)), que apresentaram resultados melhores do que os esperados no primeiro trimestre.

No fechamento, o Dow Jones subiu 2,48% no mês, para 34.098,16 pontos; o S&P 500 avançou 1,46%, para 4.169,48 pontos; e o Nasdaq ganhou 0,04%, para 12.226,58 pontos.

h2 Comportamento dos Ativos/h2

Os ativos de renda fixa Prefixados e IPCA+ de até dois anos de prazo tiveram um resultado aquém do CDI. Ativos de maior duration tiveram mais um mês de ótimos retornos refletido a queda na inclinação da Curva.

O IMA-S (carteira de Tesouros Selic) rendeu abaixo do CDI, refletindo a abertura dos deságios.

A carteira de Privados IDA-DI também rendeu menos que o CDI. Privados atrelados ao CDI seguiram com abertura dos spreads.

A Bolsa teve um resultado positivo no mês de Abril depois da proposta fiscal que foi melhor digerida, revertendo dois meses de quedas: março (-2,91%) e fevereiro (-7,49%).

O dólar encerrou abril cotado a R$ 4,9874, queda de 1,6% em relação ao fechamento de março. O dólar perdeu força globalmente no mês de abril.

h2 Histórico de Taxas de Juros Prefixadas e IPCA+/h2