Renda Fixa – A Oportunidade que a JBS Gerou!

 | 30.05.2017 14:21

Com certeza a noite do último dia 17 de maio foi uma das mais difíceis para os investidores do mercado brasileiro. Pouco mais de uma hora após o encerramento dos negócios, o mercado foi transfigurado em histeria com o vazamento da delação da JBS (SA:JBSS3) envolvendo o atual presidente da república, Michel Temer, e as possíveis consequências. O desespero tomou conta e, ato contínuo, o índice (NYSE:EWZ) (ETF do Ibovespa negociado no Estados Unidos) despencou mais de 10%. Especulações sobre a queda do Presidente ganharam força no dia seguinte. A possibilidade de um desmonte das reformas em andamento também foi colocada como uma realidade por grande parte dos investidores. Em respeito aos clientes e ao mercado, a Eleven prontamente se manifestou, em carta aberta, ainda na noite de quarta-feira. Ali, lembramos que este foi um momento de pânico e não mudança de fundamentos.

A reação do mercado no dia seguinte foi irracional. Ibovespa e dólar rapidamente atingiram os limites de baixa e alta respectivamente, mas o destaque ficou com o movimento da curva de juros: em uma variação sem precedentes, os DIs (juros futuros) saltaram mais de 150 bps no pregão, enquanto as NTN-Bs derreteram – com taxas saltando de algo próximo a 5% para quase 6% ao ano. Mas afinal de contas, o que mudou? O cenário de inflação mudou? O Banco Central deve subir juros? A agenda reformista será alterada? Não. Muito pelo contrário, acredito que a JBS abriu a maior oportunidade de investimento em Renda fixa dos últimos meses.

Depois de um longo período vivendo com a inflação acima da meta, o indicador perdeu forca em meados de 2016 e, nos últimos meses, essa trajetória se acentuou ainda mais. O processo de desaceleração inflacionária tem se demostrando persistente nos últimos meses, sendo o mês de abril uma demonstração ainda mais clara deste movimento, no qual o índice oficial ficou abaixo do centro da meta, fato que não acontecia desde 2010. Esse momento pode ser entendido como consequência da forte queda dos preços dos alimentos, desemprego em patamar elevado e apreciação cambial (que tem efeito defasado sobre os preços). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, principal indicador de inflação ao consumidor, mais uma vez apresentou forte desaceleração no mês de abril, resultando em inflação de 4,08% acumulada nos últimos 12 meses.