Resultado ENBR3 2T19: Guardando as Energias Para o Segundo Semestre

 | 26.07.2019 11:46

Difícil de olhar, por isso estamos aqui!

Analisar o resultado da Energias do Brasil não é tarefa fácil. São diferentes segmentos – geração , distribuição, comercialização de energia – num setor que por si só já é complexo e cheio de regulações. Em minha opinião, não é o tipo de empresa que não deve ser a primeira opção para o investidor que está começando suas análises.

Mas por isso estamos aqui, para buscar traduzir aquilo que de fato não é trivial, e ajudar o investidor a entender o que se passa na empresa que você investe, ou eventualmente pensa em investir.

Números deixam a desejar

Já começo dizendo que, em minha opinião, os números do 2T19 da Energias do Brasil não foram dos melhores. Na geração tivemos menores preços de energia ante o 2T18 e a menor utilização de Pecem (termoelétrica); na comercialização um volume menor de energia comercializada; na distribuição menor reconhecimento de VNR que é o valor de reposição recebido pela concessionária pelo investimento feito no sistema. Esses 3 fatores levaram a uma queda de quase 18% nas receitas. Com receitas menores, nem mesmo o bom controle de custos da empresa foi capaz de impedir a queda no lucro que acabou se reduzindo igualmente em 17% nos R$ 189 milhões.

Bons motivos

Parte desse resultado mais fraco se deve a uma estratégia de sazonalização da venda de energia no segmento de geração. A empresa explica:

Receita Líquida foi de R$ 286,2 milhões no trimestre, decorrente da estratégia de sazonalização adotados pela Companhia, com maior alocação de energia para o segundo semestre quando comparado com o ano anterior. Além disso, a receita do trimestre reflete o PLD médio de R$ 131,4/MWh (Submercado SE/CO) versus R$ 302,7/MWh no mesmo período do ano anterior.

E o gráfico mostra que o volume de energia vendido foi menor com a empresa alocando mais energia para ser vendida no segundo semestre, esperando preços melhores: