Revendo Nossas Projeções

 | 02.04.2013 08:24

Estamos terminando o primeiro trimestre de 2013 e é importante uma revisão das nossas projeções, dado que houve uma deterioração das expectativas inflacionárias, levando o BACEN a se pronunciar, mesmo que com certo atraso, sobre a possibilidade de uma elevação da taxa Selic, já devidamente “precificada” por todos. Isto significa que acreditamos na sua elevação no transcorrer deste ano, só faltando acertar o timing e a intensidade.

De fato foi um período complicado para a economia brasileira, com as expectativas otimistas, normais nesta época, logo se transformando em frustração. Isto se justificou em boa parte pelas ações desastradas do governo, ainda no rescaldo da intervenção no setor energético no final do ano passado, assim como vários ruídos gerados pelo infrutífero debate em torno do “como agir para compatibilizar bom ritmo de crescimento e comportamento da inflação”, para muitos, algo incompatível.

O governo, no intuito de combater a inflação, adiou alguns reajustes, como transporte público no Rio e em SP, e anunciou nova desoneração, desta vez para a cesta básica, além de mostrar sintonia maior com o mercado, nas preocupações com a inflação, através do BACEN. Neste, foram vários os “sinais” do presidente Alexandre Tombini, atento ao patamar alto do IPCA, sua disseminação, choques de oferta, ameaça cada vez mais presente de estouro do teto da meta de inflação (6,5%), etc. O IPCA-15 de março, inclusive, já chegou a este teto, ao registrar 6,49% em 12 meses, e o índice cheio deve por certo estourar esta meta. Neste patamar, inclusive, o BACEN vinha projetando o IPCA próximo a 6,5% no primeiro semestre, cedendo no segundo. Recentemente, porém, vem evitando comentar sobre esta hipótese.