Risco Fiscal: Hora de vender os FIIs?

 | 18.11.2022 19:40

Olá, investidor

Como todo bom cinéfilo, vez ou outra me pego fazendo algum tipo de analogia entre filmes e a realidade enquanto aguardo o desfecho de algum momento enfadonho do dia a dia.

Que atire a primeira pedra quem nunca se lembrou de “Um dia de Fúria'' (1993) naqueles melancólicos dias em que se está atrasado para um compromisso em razão de um congestionamento infindável, não é mesmo?

Correndo o risco de ser apenas um viés de confirmação, tenho pra mim que esse tipo de associação faz todo o sentido.

Afinal, “a vida imita a arte” (e vice-versa).

Mas o fato é que enquanto aguardava o elevador chegar na noite de ontem me peguei pensando em um filme que resume bem o sentimento dos mercados locais nos últimos dias...

A Soma de Todos os Medos/h3

Protagonizado por Ben Affleck, Morgan Freeman e companhia, o thriller estreado em 2002

envolve o espectador do início ao fim ao retratar uma grande conspiração capaz de levar os EUA e a Rússia à 3ª Guerra Mundial.

A ideia de apresentar uma história contrafactual envolvendo as duas potências militares é fascinante. Especialmente quando consideramos que o temor de uma guerra nuclear entre os dois rivais pairou durante décadas no imaginário mundial.

Embora não tenhamos um temor de mesmas proporções em Terra Brasilis, também temos os nossos temores idiossincráticos…

No caso dos mercados locais, o principal deles é o famigerado risco fiscal, que voltou à tona nas últimas semanas, em meio às incertezas envolvendo a PEC da transição, e como reconstruiremos uma regra fiscal crível que possibilite a estabilização da dívida pública nos próximos anos.

E você sabe como é: quanto maior a incerteza, maior é o prêmio exigido pelo mercado para investir!

Fiscal, fiscal, fiscal/h3

Não por outro motivo, temos visto as ações despencarem, o real depreciar e os juros futuros dispararem nos últimos dias, com o mercado não apenas zerando as apostas de corte da Selic no ano que vem, como também precificando novos aumentos da taxa básica de juros!

Tudo isso na contramão do mercado externo, que vem se apresentando mais favorável depois de um alívio na inflação americana e de notícias mais positivas vindas da China.