Riscos e Oportunidades em 2024

 | 19.01.2024 06:05

Novo ano, velhas questões. Nesse meu primeiro texto de 2024 para o Investing.com, gostaria de comentar sobre os riscos e oportunidades no mercado financeiro nesse ano que se inicia.

O ano passado foi (mais um) ano muito ruim para o varejo. Com o desenrolar do escândalo das Lojas Americanas (BVMF:AMER3) e com os problemas da Magazine Luiza SA (BVMF:MGLU3) e Casas Bahia (BVMF:BHIA3), o setor sofreu bastante. Esperava-se que a queda na SELIC pudesse estimular o consumo e, então, gerar externalidades positivas para o setor. Porém, a queda de juros se deu numa velocidade menor do que a esperada, e ela fechou o ano a 11,75% ao ano. Espera-se que esse ano a SELIC feche entre 8,25% e 9,25% ao ano. Isso pode ser um alívio no setor ou um balde de água num incêndio, a depender do crescimento do PIB e do déficit público em 2024.

Quanto ao dólar, a queda dos juros americanos que é esperada em 2024 deve diminuir a atratividade dos títulos da dívida pública dos EUA, gerando uma pressão sobre o dólar e valorizando o real. Porém, a safra recorde de 2023 que reforçou a balança comercial do Brasil e ajudou a manter o dólar abaixo dos 5 reais não deve se repetir em 2024, com diminuição das safras de milho e soja. Assim, isso terá um impacto negativo no dólar, podendo fazer com que os efeitos macroeconômicos internacionais que são favoráveis ao real não tenham o impacto que se espera.

Já com relação aos Fundos de Investimento Imobiliários, o IFIX abriu 2023 a 2.681 pontos e fechou o ano a 3.311 pontos, uma valorização de 23%. Esse cenário positivo pode continuar em 2024 com a continuação da retomada da economia, porém com o setor de lajes corporativas, especialmente no Rio de Janeiro, ainda sofrendo bastante com a recuperação pós-pandemia. A queda na SELIC impacta positivamente o valor das cotas, com a diminuição do dividend yield.

Falando da FIIs e ações).

Finalmente, o mercado de ações como um todo é bem difícil de prever em 2024. Embora a queda da SELIC favoreça o mercado de ações, ao diminuir a taxa livre de risco, e assim tornar o mercado de renda variável mais atrativo, os riscos do cenário fiscal brasileiro e das eleições americanas podem aumentar a volatilidade do mercado e impactar negativamente o preço dos papéis. Ações defensivas, como as do mercado de energia e saneamento, são opções mais seguras para os investidores que quiserem realizar os ganhos da renda fixa e aportar esses recursos na renda variável.

O cenário à frente possui incertezas e riscos, porém, qualquer que seja o cenário econômico e as notícias de 2024, uma coisa é certa, uma carteira diversificada em muitos ativos e com uma alocação inteligente vai conseguir resultados melhores do que aqueles que ficarem pulando de investimento em investimento à procura da rentabilidade momentânea.

Rodrigo Leite é Professor Adjunto de Finanças e Controle Gerencial do COPPEAD UFRJ e membro do Conselho Fiscal da Sociedade Brasileira de Finanças.

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