Sauditas Adiam Reunião para Esconder Falta de Acordo na Opep para Cortar Produção

 | 19.03.2019 09:43

A Arábia Saudita dá a impressão de que a aliança de 25 produtores de petróleo que o país lidera junto com a Rússia será implacável na realização de cortes profundos de produção nos próximos três meses, e o mercado comprou essa ideia, fazendo o petróleo norte-americano subir para cerca de US$ 60 por barril. Embora seja clara a tentativa de Riad de drenar o excesso de petróleo do mercado, sua decisão de cancelar a reunião de abril da Opep sugere o desejo de esconder qualquer ação protelatória do resto do cartel em relação aos cortes.

Ontem, em uma coletiva de imprensa realizada na cidade de Baku, Azerbaijão, o ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, afirmou que a oferta mundial de petróleo ainda era abundante e, por isso, seria necessário prosseguir com os cortes de produção até o fim do primeiro semestre. Assim, faria mais sentido para os 15 membros da Opep manter a reunião agendada para junho e descartar a do próximo mês.

O ministro do petróleo da Rússia, Alexander Novak, também estava em Baku para avaliar o impacto dos cortes de produção desde janeiro no âmbito da aliança Opep+, que inclui mais dez países de fora do cartel. Novak prometeu que a Rússia aumentaria os cortes nos próximos meses, depois que seu colega saudita afirmou que Riad não poderia arcar com o peso desse excesso sozinha.