Se Crise de 2008 Servir de Guia, Commodities Subirão com Juros nos EUA

 | 06.05.2022 10:19

Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

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No início de 2020, quando a pandemia mundial impactou os mercados de todas as classes de ativos, os bloqueios sanitários fizeram com que os preços das commodities atingissem mínimas plurianuais. Os preços de energia, metais, produtos agrícolas e matérias-primas industriais afundaram, mas a queda teve vida curta.

Os bancos centrais jogaram as taxas de juros para níveis artificialmente baixos, empregando todos os seus instrumentos de política monetária, a fim de estabilizar o sistema financeiro mundial. Os governos distribuíram estímulos para trabalhadores e empresas afetadas, além de gastar fortunas para desenvolver vacinas e tratamentos. A “fatura” da pandemia não tem precedentes e plantou sementes inflacionárias que começaram a germinar no segundo semestre de 2020.

Em 2021, a inflação disparou, mas o fato de as autoridades considerarem que a condição econômica se devia a fatores “transitórios" atrasou a adoção do amargo remédio necessário para interromper a espiral inflacionária. Em novembro e dezembro de 2021, o Fed teve uma epifania e se deu conta de que a inflação era estrutural, mudando para um posicionamento mais rígido em relação à política monetária. No entanto, o banco central americano não encerrou a flexibilização quantitativa até março de 2022, quando resolveu elevar a taxa básica de juros a partir de 0%, à medida que o IPC alcançava 8,5%, nível mais alto em mais de quatro décadas, e o IPP subia para 11,2%.

A inflação costuma favorecer os preços das commodities, o que as fez sair das mínimas de 2020 e atingir máximas plurianuais e, em alguns casos, históricas em 2021 e início de 2022. Agora que o Fed está preparado para tomar o remédio amargo, as commodities encontram-se mais perto das máximas do que das mínimas. A inflação e a alta dos juros não são os únicos problemas que as commodities enfrentam no início de maio de 2022. O primeiro grande conflito bélico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial criou distorções significativas nos fundamentos de muitos mercados de matérias-primas.

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O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) terá dificuldades para seguir o ritmo do mercado futuro de títulos. Em 4 de maio, o Fomc, comitê de política monetária dos EUA, elevou, a taxa básica de juros em 50 pontos-base, e a expectativa é que venham mais altas nos próximos meses. O programa de redução do balanço do banco impactará as taxas ainda mais ao longo da curva de juros, fazendo-as subir, mas o mercado determinará as taxas de médio e longo prazo com base na oferta e na demanda dos títulos.

Enquanto isso, o mercado de títulos desenvolve tendência de queda desde meados de 2021.