Soja, Seguro de Preços Via Operações Estruturadas

 | 14.12.2016 21:27

h3 Maurillo Marcondes Lários Naves - Financial Advisor

A safra da soja vai ganhando cores com suas flores, e iniciando a formação de vagem e grãos. E os agricultores já começam a preocupar com a segunda safra. Compras de insumos, travamento de preços e previsões climáticas. Para tanto, além dos tradicionais pacotes de troca com as revendas e tradings, no qual se faz uma venda antecipada da futura produção, existem mais duas possibilidades de hedge, venda de contratos futuros, e operações com opções.

Nos contratos futuros, basicamente, se vende contratos para recomprá-los, depois, na Bolsa. O resultado da operação, na Bolsa, será o oposto da oscilação dos preços no mercado físico. O ganho de um mercado equivale a perda no outro, garantindo o preço desejado.

Nas operações com opções pode-se comprar um seguro de preço da mercadoria, através do pagamento de um prêmio. As operações na Bolsa se somam a comercialização no físico. A Bolsa "indeniza" a perda de preço do agricultor, caso o preço caia. Essa operação é feita comprando-se uma PUT, que é o direito de vender algo.

A fim de reduzir os custos da operação, pode-se estruturar operações com outras opções, sem perder a essência da operação. Se estabelece um seguro parcial contra queda de preços, haja vista que existem limites para essa queda, estipulados por análises gráficas e preços históricos. Este seguro parcial é feito comprando-se a PUT no preço desejado (strike) e vendendo outra PUT, de strike inferior. Paga-se pela PUT que comprou e recebe-se o prêmio da PUT que vendeu. A diferença entre os prêmios é o custo do seguro que protege contra a queda parcial. O nome popular desta operação é "Trava de baixa".

Uma segunda operação ainda pode ser feita, barateando ainda mais a operação, que é vender uma outra opção, agora, uma CALL, de strike mais elevado do que o preço desejado, a fim de receber o prêmio, e subtraí-lo do custo da "Trava de baixa". O nome dessa operação estruturada é "Fence" ou "Put spread call". Essas operações podem ser feitas para qualquer título, ações, dólar, índices e commodities... Segue exemplo prático para o milho negociado na BMF, base de preços São Paulo, contrato Setembro 2017, para 10 contratos, ou 4500 sacas: