Semana Curta, Mas Intensa

 | 06.07.2021 08:54

Segunda-feira foi “dia de realização” no mercado doméstico, diante da baixa liquidez e do feriado nos EUA (Independence Day). Pesou, também, a cena política conturbada, depois de divulgadas gravações de uma ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro envolvendo-o em “rachadinhas” quando deputado federal. Repercutiu, também, a perda de popularidade em pesquisa recente da CNT/MDA. Nesta, a aprovação positiva do governo recuou de 33% em janeiro passado para 27,7%, pior patamar desde o início do mandato. Já pela pesquisa estimulada para e eleição de 2022, Lula apareceu com 41,3% contra 26,6% de Bolsonaro. 

O “estranho” aqui foi o “porquê” de só agora resolver-se denunciar o presidente pela prática de “rachadinha”. Consideramos, aliás, controverso este tema, até porque é prática comum nas casas legislativas do Brasil. Todos os deputados, senadores e vereadores a praticam. Até partidos de esquerda, nos seus estatutos, estipulam seu uso como “doação por parte dos companheiros para o “partido”. Vê se pode? Dinheiro público! Esta, e tantas outras, me parece mais uma “falsa” crise neste governo, que sempre responde muito mal. Segue a estratégia de alguns de fazer “sangrar” o governo Bolsonaro.  

Em paralelo, Arthur Lira segue tocando a agenda de reformas, junto com Paulo Guedes, a decidir pela prorrogação dos auxílios emergenciais e pela reformulação do Bolsa Família. 

Neste clima político açodado, o Ibovespa fechou o dia em queda, depois da forte alta de 1,56% na última sexta (02). Recuou 0,55%, a 126.920 pontos. No mercado de juros futuro, as taxas seguem pressionadas. O DI para janeiro de 2022 subiu sete pontos-base, a 5,73%, o DI para janeiro de 2023, a 7,16%, o DI para janeiro de 2025, a 8,22% e o DI para janeiro de 2027, a 8,66%. Já o dólar comercial subiu 0,68%, a R$ 5,088. No exterior o dólar também operou sem uma “direção única” em relação a moedas rivais, com volume baixo de negociações em meio ao feriado do Dia da Independência. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares, subiu 0,20%, aos 92,411 pontos.

Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) deve convocar a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, na Câmara dos Deputados, líderes se reúnem para ajustes nos textos das fases da Reforma Tributária com o intuito de iniciar a votação antes do recesso. Cabe observar que o mercado segue reagindo muito mal a esta reforma, nos pontos que tratam do aumento da taxação sobre lucros e dividendos (20%) e no fim do JCP. Em paralelo, novos depoimentos nos esperam na CPI da Covid. Mais crise pela frente. 

Em paralelo, a pesquisa Focus desta semana apresentou alta marginal nas projeções do PIB para 2021, de 5,05% para 5,18%, e em 2022, para 2,10%, contra 2,11% na semana anterior. Com a decisão da Aneel sobre a mudança de preço da bandeira Vermelha 2 em 52% e a espera pelo resultado do IPCA de junho nesta 5ª feira, o IPCA para 2021 avançou novamente, para 6,07%, e para 2022, recuou na margem para 3,77%. Além disso, a taxa Selic ficou estável em 6,50% para 2021 e subiu para 6,75% em 2022. A expectativa de taxa de câmbio para o final de 2021 apresentou um leve recuo para R$ 5,04. 

Nesta quinta-feira estejamos atentos ao IPCA de junho, previsto em 0,6%, com a desaceleração impulsionada por uma menor pressão na margem dos preços administrados (energia elétrica e combustíveis) e por serviços. Temos também o IGP-DI de junho na quarta-feira, previsto em 0,22%, desacelerando frente a maio, consequência do recuo dos preços das commodities no mês. Adicionalmente, também temos dados de vendas no varejo restrito e ampliado referente a maio.

Nos EUA, toda atenção para as declarações de alguns diretores do Fed a reforçarem o posicionamento hawkish, mais agressivo, antecipando suas expectativas de elevação da taxa de juros para antes do que espera o mercado. A Ata do FOMC de junho, a ser divulgada nesta quarta-feira, deve trazer mais detalhes sobre o início do debate de redução de estímulos monetários e as expectativas sobre a economia. 

Adicionalmente, enquanto dados econômicos mistos apontam que o pico do crescimento dos EUA pode já ter passado, os dados do payroll retomam tendência altista e a inflação sinaliza aceleração, apesar do diagnóstico transitório, e pode desafiar o Fed a definir o melhor momento para iniciar o tapering (redução da compra de ativos pelo Fed). Toda esta incerteza deve continuar “pesando” sobre os mercados nos próximos meses. 

Nesta terça-feira teremos a divulgação dos dados de PMI e ISM do setor de serviços, que devem apresentar dados robustos em meio à reabertura da economia com o avanço do cronograma de vacinação e a chegada do verão no hemisfério norte. Na quarta-feira, o relatório de emprego JOLT deve mostrar a mesma tendência dos dados do mercado de trabalho da última semana, contudo pode reiterar que as contratações seguem abaixo do seu potencial. 

Assim, os dados macro, somados à Ata do FOMC, podem ter mais impacto sobre a curva curta do que sobre a longa nos próximos meses, reflexo da incorporação das estimativas nas decisões de política monetária.

Depois de três dias de reuniões, segue o impasse nas negociações da OPEP. As expectativas apontam para um acordo de aumento da produção em cerca de 400 mil barris por dia de agosto a dezembro. Mas quando os países do bloco devem chegar a um consenso. 

Na China, nesta quinta-feira serão divulgados os índices de inflação, CPI e o PPI. A inflação ao consumidor deve apresentar uma alta na margem, sinalizando um consumo ainda enfraquecido, e o PPI deve seguir a mesma tendência. 

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