Semana Macro: Pós-eleição e payroll no radar dos investidores

 | 03.10.2022 21:03

Na semana após o resultado da eleição que aconteceu neste último domingo, o índice da bolsa de valores brasileira reagiu positivamente, com o Ibovespa passando os 116 mil pontos, ante o fechamento em 110 mil pontos na sexta-feira, performando 0,5% no mês de setembro, enquanto o S&P e a Nasdaq recuaram significativamente no período influenciado pelo cenário de aumento dos juros na economia americana. 

É neste cenário que a economia doméstica acompanhará nas próximas semanas a corrida presidencial dos dois candidatos que, diante das suas propostas, o mercado poderá reagir negativamente. Contudo, para a tranquilidade da nação de investidores, a minha análise se faz a partir  do que observamos até agora, uma eleição polarizada com um mercado resiliente, ou seja, meu cenário é que o período deste segundo turno das eleições terá um peso menor nos ativos de risco diante o que temos no cenário macroeconômico internacional. 

Ou seja, é no cenário internacional que o investidor deverá prestar atenção, no qual economias avançadas recuam enquanto os juros aumentam. Hoje, os dados do PMI industrial divulgado pela Markit para a Zona do Euro recuou de 49,6 em agosto para 48,4 em setembro, enaltecendo os impactos da crise energética entre os países e trazendo as perspectivas de mais contração da atividade para os próximos meses. 

No mesmo sentido, o ISM industrial dos EUA apresentou arrefecimento em relação à leitura de agosto, passando de 52,9 para 50,9, com um resultado misto quanto a sua leitura: deterioração dos Novos Pedidos e Emprego, mas melhora na Produção, na Entrega de Insumos, em Preços e em Estoques. Em outras palavras, o ISM de manufatura como um indicador antecedente de ciclo indica que a atividade da economia americana está arrefecendo, com possíveis impactos nos dados do mercado de trabalho que serão divulgados na sexta-feira.