Semana Terá Julgamento de Lula, Davos, Eletrobrás, IPCA-15 e Paralisação Federal

 | 22.01.2018 06:44

Semana terá julgamento de Lula, Davos, Eletrobrás, IPCA-15 e paralisação federal nos EUA

Pelo menos três eventos estarão no centro da agenda do mercado nesta semana, que promete ser agitada, apesar do feriado na quinta-feira, aniversário da fundação de São Paulo, e que fechará a bolsa e os mercados de ações e futuros, bem como muitos bancos com sede na cidade. O maior destaque fica para o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TRF-4, em Porto Alegre, na quarta-feira. O julgamento pode ter impactos diretos na disputa presidencial deste ano e, por isso, pode influenciar bastante o mercado financeio e a bolsa. Na sexta-feira, o Índice Bovespa fechou em novo recorde, aos 81.219 pontos, maior nível nominal da história do principal indicador do mercado de ações brasileiro.

EUA fechados por orçamento

No exterior, a atenção estará nos Estados Unidos e nos esforços do presidente Donald Trump e seus líderes no Congresso em aprovar o novo orçamento federal. O anterior venceu dia 19, sexta-feira, e desde então o governo federal está sem dinheiro para pagar seus compromissos e funcionários. Os serviços do governo federal, como repartições e até parques nacionais, estão paralisados, situação que vai se agravar na segunda-feira, quando a maioria dos funcionários federais deveriam voltar às atividades, mas ficarão sem salários até um novo orçamento ser aprovado. Líderes republicanos e democratas estavam reunidos neste domingo tentando chegar a um acordo, talvez com um prazo provisório até 8 de fevereiro para aprovar o texto definitivo. As discussões incluem negociações dos republicados com a oposição democrata sobre as mudanças nas leis de imigração que o presidente Trump quer mudar, assim como gastos com saúde. Os debates são um indicador de como será a eleição parlamentar deste ano, que vai renovar parte da Câmara e do Senado.

Davos, prévia da inflação oficial e Caged

De terça a sexta-feira, acontece o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, com a presença do presidente Michel Temer e diversas empresas brasileiras, entre elas grandes bancos como Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e Bradesco (SA:BBDC4), além do anúncio, na terça-feira, do IPCA-15, uma prévia da inflação oficial de janeiro.

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Também serão divulgados pelo Banco Central (BC) dados das contas externas do país, na sexta-feira, devendo sair ainda na semana alguns indicadores de confiança e de criação de vagas formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged. No dia 25, quinta-feira, os mercados não irão funcionar, em função do feriado de aniversário da cidade de São Paulo.

Julgamento de Lula: manifestações em Porto Alegre e outras capitais

No cenário político, o tema principal em pauta é o julgamento do recurso do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Manifestações contra e a favor de Lula, em Porto Alegre e em outras capitais, estão previstas e indicam um ambiente de tensão, o que levou autoridades públicas a tomarem medidas para evitar confrontos. A expectativa é de que o Tribunal confirme a condenação de Lula, mas o placar de votos será decisivo para a campanha eleitoral. Se a confirmação for por três votos a zero, Lula terá menos chances de recorrer da sentença. Já se for por 2 a 1, poderá entrar com recursos que permitiriam ao ex-presidente continuar na disputa.

Após novela, polêmica ministra do Trabalho toma posse

O governo Temer, por sua vez, abre a semana com a posse da nova ministra do Trabalho, deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), que deve assumir o cargo nesta segunda-feira, após uma longa batalha judicial e seguidas derrotas do governo. A decisão do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, suspendeu a liminar que impedia Cristiane de assumir o cargo por ter sido condenada pela Justiça do Trabalho por contratar funcionários sem carteira assinada.

O caso se tornou um problema para o governo Temer, já que Cristiane, além de representar o PTB, é filha do presidente do partido, Roberto Jefferson, que ameaçava retaliar o governo na votação da Previdência. Tanto que a decisão de liberar a posse atende a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que representa o governo junto à Justiça, depois de três pedidos semelhantes feitos pelo órgão e negados no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), de segunda instância.

Temer falará de reformas em Davos; privatização da Eletrobrás vai ao Congresso

Segundo analistas, as reformas do governo Temer, principalmente a da Previdência, devem concentrar as atenções no que se refere ao país na 48ª edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos. O presidente da República confirmou presença no evento internacional e também deu novo aceno aos investidores ao assinar o projeto de lei com regras para a privatização da Eletrobrás. O projeto deve ser encaminhado nesta segunda-feira ao Congresso e seguirá na Câmara em regime de urgência.

Variação interanual do IPCA-15 deve ficar perto de 3,02%

O IPCA-15 relativo a dezembro, lembra a equipe do Banco Fator, registrou leve queda na comparação mensal, de 0,3 ponto percentual, para 0,35%, e acelerou na interanual, para 2,94%. O índice serve de prévia para o IPCA, cuja coleta termina 15 dias depois e é o índice oficial usado pelo governo em suas metas de inflação. O IPCA superou as expectativas do mercado ao fechar o ano passado em alta de 2,95% sobre igual período de 2016, abaixo do piso da meta, de 3%, contando principalmente com choques exógenos, como a queda dos preços dos alimentos.

A tendência agora, segundo os analistas, é que a inflação retome um pouco de sua força, voltando a se aproximar dos 4% ao ano, mais perto da meta do BC, que é de 4,5%. Os preços agrícolas não devem ajudar tanto e muitas empresas vão começar a tentar reajustar preços com a melhora da economia, caso do aço. “Neste cenário, nossa projeção para o IPCA-15 de janeiro é uma nova queda (na comparação mensal) para 0,35%, enquanto a taxa interanual deve atingir 3,02%”, destacam em relatório os analistas do Fator. A consultoria LCA estima taxas de 0,46% e 3,09%, respectivamente. A mediana do mercado para taxa interanual é 3,02%.

Déficit externo pode fechar o ano abaixo de 0,5% do PIB

De acordo com os analistas do Banco Fator, o saldo da contas correntes externas do país, que consideram as transações comerciais e de serviços brasileiras, deve ter fechado com um déficit de US$ 4,8 bilhões em dezembro. Assim, as contas correntes fechariam o ano com déficit de US$ 10,25 bilhões, menos de meio por cento do PIB, um resultado muito bom para o país e que traz alguma tranquilidade ao menos nas contas externas.

Caged e arrecadação federal

Para o Caged relativo ao último mês de dezembro, a estimativa dos analistas do Banco Fator é de saldo negativo de 416.449 mil empregos, o que levaria o indicador a fechar 2017 com saldo negativo de 211,4 mil vagas. “Tal resultado, porém, indicaria o retorno do indicador a nível muito próximo de zero, fortalecendo a estimativa de saldo positivo de 900 mil vagas em 2018”, destacam em relatório.

Quanto à arrecadação federal, a projeção do banco é de R$ 138,8 bilhões que, se confirmada, representaria uma alta nominal de 8,8% em relação à arrecadação federal de dezembro de 2016. Em 12 meses, significaria R$ 1,34 trilhões e, no fechamento do ano, a arrecadação de 2017 seria 4,2% superior à do ano anterior.

De olho em dados de crescimento nos EUA e dos juros na Europa

A semana deve trazer mais dados importantes de crescimento no mundo, ressaltam analistas do Banco Votorantim. Nos EUA, além da confusão pela aprovação do orçamento, o foco será o PIB do quarto trimestre, com informações sobre o segmento imobiliário e encomendas de bens duráveis. Na Europa, o destaque fica com os números de PMIs e indicadores de confiança. A equipe do banco lembra ainda que o Banco Central Europeu (BCE) deve se reunir, embora nenhuma ação ou mudança mais significativa seja esperada.

O Banco Fator lembra ainda que o Senado americano deve confirmar Marvin Goodfriend para a diretoria do Federal Reserve (Fed, banco central americano), enquanto Charles Evans (Fed Chicago) abrirá conferência sobre “política monetária não convencional”. Na zona do Euro, a equipe destaca expectativas de mudanças no programa de compra de ativos (Quantitative Easing), que estariam convergindo para uma data bem anterior ao fim do ano.

“A valorização do Euro não é uma boa notícia em um momento em que a economia da Europa em geral passa por uma fase de mais otimismo com resultados de atividade econômica mais animadores. O risco é desfazer tal clima com sinais de endurecimento da política monetária”, avaliam os analistas do banco.

Japão: radar sobre a política monetária e meta de inflação

Embora pouca novidade se espere também da política monetária do Banco do Japão (BoJ), em reunião agendada para terça-feira (23), a equipe do Fator lembra que na reunião mais recente ficou claro que com a manutenção da taxa de 10 anos em zero foi possível reduzir um pouco as compras de títulos públicos — o que seria um sinal, tênue, de possibilidade de mudanças. A meta de inflação do Banco do Japão é de 2%. Contudo, os preços estão longe deste alvo: em novembro, foi registrada taxa de 0,6%, na comparação interanual, enquanto o núcleo atinge o maior valor do ano, com 0,9%.

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