Separando o joio do trigo no crédito privado

 | 23.02.2023 16:19

Depois da fraude contábil da Lojas Americanas (BVMF:LAME4) (AMER3) e das quebras da BRK Financeira e da Portocred, a preocupação com a análise de crédito vem sendo um dos temas de maior interesse do meu público.

As taxas de títulos como debêntures, CRIs e CRAs subiram bastante, tanto para empresas ruins quanto para empresas boas, e nunca foi tão bom e rentável conseguir separar o joio do trigo.

Caso você não queira mergulhar muito na análise, mesmo assim é muito importante ao menos ter uma ideia, pois são muitos bancos oferecendo produtos com taxas atrativas e se você souber as coisas mais importantes a se olhar, vai evitar grandes erros de investimento.

Vou adiantar aqui algumas informações de análise de crédito. Está simplificado e não é exaustivo, pois se fosse abranger todos os detalhes, isso envolveria explicar o balanço de uma empresa, que sozinho seria assunto para um livro.

Mas também não poderia deixar de dizer os índices e características que mais olho para que não fique um completo escuro na análise do crédito. Afinal, não podemos confiar totalmente nas agências de rating.

Basicamente, quando vamos fazer uma análise de crédito de uma empresa, precisamos entender qual é a capacidade aparente dela de pagar a minha dívida.

Ela tem dinheiro? Seu fluxo de caixa é positivo? Ela tem muita dívida além da minha? Dá lucro?

Todas essas perguntas são importantes para se ter confiança no pagamento. Vamos, então, olhar a importância de cada dado.

Caixa x Dívida de Curto Prazo/h2

Toda empresa carrega um caixa, que é utilizado como capital de giro (pagar despesas de curtíssimo prazo para manter o negócio rodando) e como recurso para pagamento de dívidas de curto prazo. Então, quando olhamos para o volume de caixa de uma empresa, temos que ver se ele é suficiente para honrar essas duas obrigações.

Exemplo:

Este gráfico foi publicado no site da Votorantim Cimentos no dia 19/12/16: