Será que 2024 será o ano das outras 493 ações do S&P 500?

 | 03.01.2024 10:00

O ano de 2024 começa com um grande desafio para os investidores: escolher as ações e setores que vão se destacar no mercado. Será que as 7 Magníficas vão continuar no topo? Ou será que alguma das outras 493 empresas do S&P 500 e seus setores menos valorizados vai surpreender em 2024?

As 7 Magníficas foram as grandes protagonistas de 2023. Como escrevemos em um artigo em dezembro:

O grupo formado por Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Google (NASDAQ:GOOGL), Tesla (NASDAQ:TSLA), Nvidia (NASDAQ:NVDA), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Meta (NASDAQ:META) foi o preferido dos investidores neste ano.

Os gráficos a seguir, do Goldman Sachs (NYSE:GS), e nossa tabela revelam que essas sete empresas tiveram uma valorização de 71% até agora, enquanto as demais 493 empresas subiram apenas 6%.

A performance superior fez com que sua participação no S&P 500 chegasse a quase 30%. Além disso, o forte aumento nas cotações levou a múltiplos ainda mais elevados para o grupo.

Concluímos o artigo assim:

Ao entrarmos em 2024, estejamos atentos à possibilidade de que os campeões do ano passado não sejam os mesmos deste ano.

Não sabemos o que vai substituir as 7 Magníficas ou quando isso ocorrerá, mas vamos manter nossa mente aberta e receptiva a novas ideias.

Com esse espírito, analisamos as avaliações de mercado e as projeções de lucros para ver se as 7 Magníficas de 2024 pode incluir nomes como Consolidated Edison (NYSE:ED), Johnson & Johnson (NYSE:JNJ), Kraft Heinz (NASDAQ:KHC) e outros que ficaram para trás em 2023.

Alerta sobre valuations/h2

Antes de apresentarmos nossa análise, é importante ressaltar que as mudanças nos valuations, também chamados de expansão ou contração de múltiplos, podem ter um impacto desproporcional no desempenho de uma ação ou índice.

Independentemente de mudanças nos lucros, vendas ou outros indicadores fundamentalistas, o apetite dos investidores por comprar ou vender, se for intenso o suficiente, pode descolar o preço de uma ação de seus fundamentos.

No ano passado, por exemplo, o S&P 500 teve uma alta de 23%. Cerca de metade desse aumento foi devido a lucros maiores, e a outra metade devido ao crescimento das avaliações.

O gráfico abaixo mostra como as mudanças no múltiplo P/L e no lucro por ação (LPA) influenciaram a variação de preço do S&P 500 desde 2009. Em seis dos quinze anos, as mudanças no LPA e nas avaliações foram contrárias entre si. Observe também os anos de 2020 e 2021.

Em 2020, um salto significativo nas avaliações compensou a queda nos lucros. Já em 2021, o LPA disparou e as avaliações devolveram boa parte dos ganhos de 2020.

Mesmo se você tivesse acertado o LPA exato no início desses dois anos, sua estimativa para o S&P 500 teria sido totalmente errada!