Série Especial: Mudança de Planos no Copom

 | 08.09.2021 15:24

Este é a primeira análise da Série Especial: Juros neutros e próximos passos da política monetária do Copom

Na última reunião do Comitê de Política Monetária, tivemos uma mudança importante nos planos. Os membros consideraram que agora seria apropriado subir a taxa Selic acima do juro neutro, enquanto anteriormente o plano seria subir até o nível neutro.

Parece sutil, mas isso muda muita coisa. E para entendermos a fundo a diferença, vamos começar pelo começo: o que é juro neutro?

O juro neutro é o nível de taxa Selic que não acelera e nem desacelera a inflação. Se a inflação atual estiver acima da meta de inflação, o Banco Central vai querer subir a taxa Selic acima do juro neutro para assim desaquecer a atividade e fazer uma pressão baixista nos preços, até que a inflação corrente chegue na meta. Por outro lado, se a inflação atual estiver abaixo das metas, o BC irá estimular a economia, jogando a taxa Selic abaixo do juro neutro, e pressionando a inflação para cima até chegar na meta.

Ou seja, ter uma noção de qual é o juro neutro é extremamente importante para a autoridade monetária e para o mercado. As alterações da Selic são umbilicalmente ligadas ao juro neutro e à meta de inflação.

O cálculo do juro neutro é uma ciência não exata. É uma estimativa bem subjetiva, e há várias formas diferentes de fazer esse cálculo. A mais utilizada é a que tenta usar filtros econométricos calculando como se fosse uma tendência da taxa de juros passada.

Atualmente, o BC está dizendo que, para cumprir a meta de 2022, ele terá que adotar uma postura contracionista, uma vez que as estimativas dele e do mercado são de uma inflação acima da meta.

O grande problema do cenário atual é que boa parte dos movimentos que levaram a inflação para cima nesses últimos meses foram choques temporários, e não atividade econômica forte. Preços de alimentos, gás de botijão, combustíveis e atualmente energia elétrica, são itens tradicionalmente bem voláteis e que não respondem a altas na taxa Selic. Ou seja, o preço dos combustíveis não vai cair porque a Selic subiu.

A taxa Selic influencia principalmente na demanda agregada, e reduz a vontade das pessoas de consumir. Ou seja, você desaquece uma economia inteira e de uma forma generalizada quando decide subir a Selic.

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Então, para controlarmos um aumento da inflação que se deu principalmente por choques de oferta, teremos que reduzir muito nossa atividade econômica, que já é frágil e que já tenta a muito custo se recuperar da pandemia.

O resultado será um PIB fraco nos próximos anos, e sem garantias de uma queda relevante da inflação, uma vez que ela acaba dependendo muito mais da normalização da oferta do que do desaquecimento generalizado da demanda.

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