Small Cap em Ponto de Entrada

 | 09.11.2021 15:42

É fato que as condições sistêmicas vêm pesando bastante nas quedas da Bolsa. Muitas vezes, temos visto que as notícias têm mais efeitos negativos para o desempenho das ações do que a avaliação dos próprios fundamentos das empresas.

Mas, entre as nuvens dos ajustes da Selic para cima com intuito de controlar a inflação e da preocupação fiscal, esta é a hora de construir posições promissoras com foco no longo prazo.

Sei que tenho batido nessa tecla, mas realmente existem assimetrias que estão aí para serem aproveitadas. Recentemente, eu e minha equipe de analistas adicionamos 5 small caps na nossa estratégia.

Aqui vale um aviso: na parcela de ações da carteira, o ideal é que qualquer investidor diversifique entre diversos portes de companhias e setores da economia.

As ações de small caps, empresas de menor capitalização de mercado, de forma geral, têm menor liquidez e costumam ser mais voláteis.

Então, destaco os dois lados da moeda: a alta volatilidade pode proporcionar ganhos exponenciais, mas também as grandes perdas.

Esse segmento sofre mais em momentos de crise como agora, porém, ele também oferece grandes oportunidades de altas em cenários positivos. Lógico que é essencial o stock picking, a escolha criteriosa das melhores alternativas.

O interessante é que fizemos diversos estudos e vimos que ,após as grandes crises como as de 2008 e 2015, nas listas das ações que tiveram as maiores valorizações, diversas small caps se destacaram.

Esses ativos exigem maior disposição ao risco e paciência, no entanto, na dose certa, podem apimentar o portfólio.

h2 Uma varejista de moda/h2

Dito isso, vou revelar para você agora um dos novos cases da nossa carteira: Lojas Marisa (SA:AMAR3), rede de moda feminina, que se encontra extremamente descontada.

Para você entender o potencial, vou recapitular alguns acontecimentos. Após o seu IPO, a companhia vinha em uma trajetória ascendente de receitas e de valor de mercado, que foi interrompida em 2015 e 2016, período de forte recessão no qual a companhia viu o crédito e o poder de consumo das famílias se deteriorarem.

Somado ao cenário desfavorável, erros no posicionamento de marca e na gestão de estoques amplificaram suas perdas financeiras.

Por conta disso, a companhia acabou entrando em processo turnaround, até que veio a pandemia.

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De certa forma, a crise do Coronavírus deu um impulso adicional na digitalização, na otimização das operações e nos cortes de custos.

Conforme dados do segundo trimestre deste ano, os canais digitais chegaram a representar 14% das vendas. Para se ter uma ideia, foi um crescimento de 142% em relação ao mesmo período de 2019.

O avanço do aplicativo da empresa é notável e 67% das vendas digitais são originadas por essa ferramenta, que conta com mais de 10 milhões de downloads.

Em seu processo de reestruturação, houve fechamento de algumas unidades e a rede física passou por reformas para oferecer melhor experiência.

Vale ressaltar que, no varejo físico, as receitas vêm se expandindo devido à reabertura da economia. No último trimestre, atingiram R$ 492 milhões, 3 vezes mais do que no mesmo período de 2020.

Refletindo a otimização da gestão de estoques, a margem bruta chegou a 45,7%, acima da registrada no segundo trimestre de 2019.

Do lado qualitativo, o Net Promoter Score (NPS), que é o índice de satisfação dos consumidores, bateu recorde, chegando a 77%.

Outro ponto a ser observado é que o MBank, braço de serviços financeiros, ganha força e tem novas possibilidades a serem exploradas.

Diante disso tudo, a empresa vem reduzindo o prejuízo. E, segundo nossas projeções, os lucros virão a partir de 2022. Veja o gráfico: