Smart Fit: Um Re-IPO Atrofiado

 | 04.08.2021 16:52

O crescimento de +32 por cento de lojas desde 2016 é impressionante, mas Smartfit (SA:SMFT3) não dá lucro desde 2016. Com a competição por preços com academias e apps de ginástica, ficamos de fora.

No pain, no gain!” (Sem dor, sem ganhos!)/h2

A rede de academias Smart Fit (SMFT3) dispensa explicações.

Contudo, o mais interessante da SMFT não são os seus preços baixos nem o seu o seu forte crescimento de academias nos últimos 5 anos, mas sim a sua história.

Tudo começou lá nos idos de 1990, com o mundo fortemente incentivado por exercícios físicos em academias de ginástica. Na época, o foco era “no pain, no gain!” (sem dor, sem ganhos!) e até a Madonna participou do movimento.

Esse movimento que acontecia muito forte nos Estados Unidos aconteceu também no Brasil.

Com o surgimento de novas academias de bairro, Edgard Corona, fundador da rede Smart Fit, percebeu que bastava a cidade de São Paulo fazer 30ºC que as propagandas de academias apareciam e as matrículas cresciam cerca de +30 por cento em poucos dias.

Na época, Edgard trabalhava em uma usina de açúcar e álcool da família, mas o que ninguém poderia imaginar era que o projeto de infância do engenheiro químico era abrir uma academia.

Seria a hora de “criar massa” aos sonhos de Edgard Corona?

h2 Crescimento anabolizado em alavancagem/h2

Edgard, no auge dos seus 40 anos, resolveu pendurar as chuteiras após uma década na usina e abrir sua primeira rede de academias, a Rede Bio Ritmo.

O sonho de Edgard foi realizado, mas os problemas logo começaram.

Para aumentar a visibilidade da academia, em 1997, Edgard fez um empréstimo de 50 mil reais para investir em outdoors (só quem é cringe sabe o que é!).

Mesmo com as propagandas, as dívidas eram maiores do que a quantidade de alunos matriculados. Essa foi a primeira vez que a Rede Bio Ritmo quase faliu.

Durante 10 anos, Edgard se pendurou em dívidas para manter o negócio rodando, e em 2007 o sistema da academia passou por problemas de pagamento e quase faliu novamente.

A Rede Bio Ritmo perdia mercado para as academias com tickets menores, e Edgard decidiu abrir uma academia com os mesmos moldes da Planet Fitness, uma academia americana que trabalhava com o modelo “low cost high value” (baixo custo, alto valor) para competir com a sua própria rede, mas sem perder o mercado para as menores.

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Em 2009, nasceu a 1ª Smart Fit do grupo.

1ª Smart Fit (Santo Amaro - SP). Fonte: FolhaBrasilNews.

Com academias de ticket baixo, o crescimento começou a aparecer.

Mas as dívidas do passado continuavam a assombrar a SMFT.

Com as academias de ticket baixo (Smart Fit) crescendo às custas da canibalização das academias de tickets maiores (Bio Ritmo), os custos da companhia não se pagavam.

O termogênico Pátria/h2

Por uma imensa sorte, o modelo de academias de baixo custo chamou a atenção de uma das maiores gestoras do país, a Pátria Investimentos, que carrega em seu histórico grandes investimentos em companhias como Alliar (SA:AALR3), Qualicorp (SA:QUAL3) e Tenda (SA:TEND3).

Em 2010, o Pátria comprou 50 por cento do grupo Smart Fit por 520 milhões de reais. A injeção de capital do “termogênico Pátria” possibilitou a Edgard a quitação das dívidas e a continuidade da expansão do modelo de academias de baixo custo.

Em 2021, com as marcas Smart Fit, Bio Ritmo, além dos estúdios Race Bootcamp, Tonus Gym, Vydia Body & Mind e Jab House, Smart Fit está presente em mais de 12 países com 928 academias.