Alfonso Peccatiello | 25.04.2023 14:49
O S&P 500 testou recentemente a região dos 4.200 pontos, depois de se recuperar das mínimas do fim de 2022.
Diante da possibilidade de que o Federal Reserve realize sua última alta de juros em maio e do fato de que a economia dos EUA evitou até o momento uma recessão, os investidores estão se defrontando com uma questão-chave:
Será que estamos diante de um novo bull market ou se trata apenas de um longo rali em um bear market?
Com frequência, os investidores encaram o preço do S&P 500 como um indicador do sentimento de risco no curto prazo.
Para um investidor macro, no entanto, a compra de ações requer uma visão do fluxo de caixa (retornos) que a companhia entregará no futuro e o preço (valuation) considerado razoável para pagar.
Portanto, vamos começar com as perspectivas de lucro por ação (LPA) em 2023 e nos próximos anos.
Como mostra a tabela da Earnings Whispers desta semana, empresas que valem mais de US$ 10 trilhões divulgarão seus resultados.
O grande destaque virá na semana que vem, quando a Apple (NASDAQ:AAPL) apresentará seu balanço na quinta-feira, seguido dos dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira.
Até agora, cerca de 25% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados, sendo que 68% ficaram acima do consenso: um número forte, certo?
Durante minha carreira no setor bancário, aprendi que devemos considerar o consenso dos analistas com um pouco de ceticismo, direcionando a atenção ao que realmente importa: os lucros estão aumentando? Em que ritmo? E qual é a amplitude do movimento positivo/negativo?
As ações têm sido um “carry trade” negativo desde meados de 2022 e a tendência é que continuem assim.
Permita-me explicar o que quero dizer.
O gráfico à esquerda mostra o lucro por ação anual realizado pelo S&P 500: atualmente está em US$ 223.
Desde meados de 2022, houve uma clara estagnação no crescimento dos lucros ao redor da região de US$ 220, e a expectativa para o crescimento do LPA nos próximos 12 meses recuou de US$ 240 para US$ 225.
Em outras palavras, os investidores que compraram ações desde meados de 2022:
Ao investir em ações, os investidores esperam um fluxo futuro de retornos crescentes acima do consenso do mercado.
Quando os fluxos de caixa reais são fortes e acima do consenso do mercado, as ações são um “carry trade" positivo, pois os investidores são generosamente pagos para permanecer no mercado de ações.
Desde o ano passado, ocorreu o cenário inverso: os ganhos realizados foram fracos e as expectativas de crescimento futuro do LPA caíram.
Como as taxas livres de risco agora estão na região dos 5%, as ações seguem como um “carry trade” negativo.
No entanto, os carry trades negativos ainda podem fazer você ganhar dinheiro. Como?
Expansão dos valuations, ou pessoas dispostas a pagar mais para entrar no mercado.
O rali do S&P 500 desde as mínimas do fim de 2022 foi quase que totalmente motivado pela expansão dos múltiplos: como a seta verde mostra, o P/L futuro de 12 meses passou de 16x para 18,5x de forma bastante rápida, à medida que a desinflação começou e o Fed removeu parte da incerteza "a la Paul Volcker" dos mercados.
A questão agora é: e os lucros futuros, valuations e prêmio de risco?
Em outras palavras: será que estamos diante de um novo bull market ou se trata apenas de um longo rali em um bear market?
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