Starbucks Está Otimista com o Café Arábica, Mesmo com Ceticismo dos Investidores

 | 11.12.2020 09:49

O café está voltando com tudo. Pelo menos de acordo com os planos da Starbucks de abrir mais 200.000 lojas, praticamente um estabelecimento a cada esquina de uma grande avenida nos EUA. O investidor da commodity, enquanto isso, precisa ficar muito mais animado para entrar no arábica, grão usado para preparar todos os cafés do Starbucks (NASDAQ:SBUX) (SA:SBUB34), em razão do seu retorno percentual composto praticamente zerado nos últimos cinco anos.

No fechamento de quinta-feira, o contrato futuro com vencimento mais próximo do arábica na ICE dos EUA estava a US$ 1,1855 por lb, rumo a uma queda de 9% no ano se não houver mais nenhuma valorização até 31 de dezembro.

Exceto em 2019, quando o arábica registrou um impressionante retorno de 27%, e em 2016, quando seu desempenho foi relativamente decente, ao se valorizar 8%, o café vem enfrentando tempos difíceis desde 2016, com um retorno médio composto de 0,3%. Na compra ou na venda, praticamente não foi possível lucrar com nenhuma posição na commodity.

h2 Starbucks otimista apesar da perspectiva nada boa nos EUA/h2

A empresa sediada em São Francisco, Califórnia, está muito animada com o futuro da sua marca de 50 anos.

Esse sentimento surge depois de a economia americana crescer 33,1% no terceiro trimestre, compensando a contração de 31,4% nos três meses anteriores, após um crescimento de 5% no primeiro trimestre.

Nos Estados Unidos, mais de 21 milhões de empregos foram perdidos entre março e abril, durante os bloqueios forçados pela pandemia de covid-19. Em maio, houve uma recuperação de 2,5 milhões de postos de trabalho e de 4,8 milhões no mês seguinte, antes de essa retomada começar a desacelerar. Tanto em setembro como outubro, menos de 700.000 empregos foram criados. Em novembro, a criação de postos foi de apenas 245.000.

Apesar da recuperação econômica do 3º tri, as perspectivas econômicas para os Estados Unidos continuam ruins. Está ocorrendo uma onda de novas infecções em todo o país, que já registra mais de 15 milhões de casos de covid-19 desde janeiro e cerca de 300.000 fatalidades. As hospitalizações também atingiram as máximas recordes acima de 100.000 nas últimas semanas, mesmo com os esforços de desenvolvimento de vacinas promissoras.

h2 Demanda fraca para o café comercial/h2

Além disso, não há qualquer garantia de que a demanda de café comercial suba significativamente em 2021, apesar da promessa de imunizantes e outros pacotes de alívio, afirmou Jack Scoville, analista do Price Futures Group, de Chicago.

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O analista complementou:

“A demanda de cafeterias e outras operações de serviços de alimentação ainda está em níveis muito baixos, já que os consumidores estão tomando café em casa. Reportagens indicam que os consumidores em casa estão consumindo misturas com mais robusta e menos arábica.”

Pelo lado da produção, as condições de cultivo do arábica no Brasil, principal país produtor do grão, estão melhorando, graças aos melhores níveis de precipitação após extenso período de secas, afirmou Scoville.

Por outro lado, o analista afirma que as exportações brasileiras de arábica estão estáveis, equilibrando a safra maior esperada.

Em relação ao preço, o arábica conta com alguns fatores de suporte a seu favor, que podem evitar uma deterioração maior. São eles:

  • A valorização do real brasileiro frente ao valor em dólar da commodity;
  • Preocupações com o impacto dos furacões recentes sobre a produção da América Central.