Taurus (TASA4) e o Caminho das Índias

 | 08.03.2023 10:22

No final dos anos 30, o mundo ainda se recuperava dos efeitos provocados pela Crise de 1929.

Também conhecida como Grande Depressão, ela foi não só a maior crise financeira da história dos Estados Unidos, como também é considerada o pior e maior período de recessão econômica do capitalismo no século XX.

Como num efeito dominó iniciado nos EUA, uma das peças a cair na sequência foi a do Brasil. O governo de Getúlio Vargas entrou no meio da história pra tentar dar uma ajudinha.

Uma das iniciativas públicas foi incentivar o desenvolvimento industrial brasileiro, reduzindo, assim, a dependência da economia nacional das exportações de commodities .

Foi nesse cenário que, em 1939, nasceu a Forjas Taurus (BVMF:TASA4), que fabricava revólveres e ferramentas. Por quase 30 anos, a empresa seguiu nesse ramo atuando exclusivamente no Brasil até que, em 1968, ela passou a exportar para os Estados Unidos.


De lá pra cá, na missão de expandir cada vez mais, a Taurus comprou em 1980 a operação brasileira da Beretta. No ano seguinte, ela fincou os pés de vez nos EUA, com a criação da Taurus International Manufacturing, sediada em Miami e fez seu IPO. Em 1983 ela criou a Taurus Blindagem, fabricando coletes à prova de balas, escudos e capacetes.

Quase na virada do século, em 1997, a Taurus assumiu os direitos de produção de armas curtas da Rossi, tradicional fabricante de armas, também sediada no Rio Grande do Sul. Em 2008, a Taurus adquiriu a licença de fabricação das armas longas da Rossi (BVMF:RSID3), passando a produzir rifles, carabinas e espingardas.

Focando cada vez mais nos EUA, em 2012, a Taurus comprou uma fabricante diretamente no país: a Heritage Manufacturing, que produz revólveres no estilo cowboy.

Depois de tantas aquisições, a Taurus entrou em um período conturbado. Em 2015, nos EUA, a empresa fez um recall de quase 1 milhão de armas. O recall envolveu 9 modelos de armas fabricados entre 1997 e 2013.

A empresa foi processada por usuários, tanto civis como policiais, que sofreram incidentes (resultando em lesões e mortes) envolvendo disparos acidentais. Várias das armas, com o sistema de trava acionado, disparavam sozinhas caso caíssem no chão e até mesmo quando seguradas ou no coldre, dependendo da movimentação que o usuário fizesse.