Temores do Efeito do Vírus na Economia Chinesa
Jason Vieira | 27.01.2020 07:46
Mais de 2.700 casos confirmados e 80 mortes.
Eis o infeliz saldo do avanço do Corona Vírus na China e possível avanço no mundo.
Na semana anterior e sem informações mais concretas, o mercado financeiro operou sob a égide do vírus, porém sem convicção formada, exatamente pela falta de informação.
Todavia, o que se tem de notícia neste momento é consideravelmente mais sério, como diz o doutor em epidemiologia da universidade de Harvard, Eric Feigl-Ding: “Estimamos que o número básico de reprodução da infecção (R_0) seja 3,8 (intervalo de confiança de 95%, 3,6-4,0), indicando que 72-75% das transmissões devem ser evitadas por medidas de controle para que as infecções parem de aumentar”.
“Estimamos que apenas 5,1% (IC95%, 4,8-5,5) das infecções em Wuhan são identificadas e, até 21 de janeiro, um total de 11.341 pessoas (intervalo de previsão, 9.217-14.245) foram infectadas em Wuhan desde o início do ano”.
Comparativamente a outras epidemias mais recentes, como SARS, H1N1, H5N1, os números de R_0 sequer se aproximam de 2, o que demonstra o potencial de transmissão do vírus.
Para o mercado financeiro, além da óbvia tragédia humana, residem os temores sobre as consequências econômicas da intensificação do surto de Corona Vírus na economia chinesa.
Neste contexto, sofrem também empresas aéreas e petróleo, com consequente ganho de empresas do setor farmacêutico.
Mais alguns pontos importantes a se considerar.
A China está prestes a embarcar num possível ciclo de recuperação da atividade, onde na verdade os indicadores econômicos começam a dar sinais de estabilidade, após um ciclo conciso de contração nos últimos anos.
A trégua da guerra comercial com os EUA daria o alento necessário para que a China seja um importante driver, em especial de mercados emergentes, para um novo ciclo de investimentos em 2020.
Com a questão do vírus, tudo fica em aberto.
Outro ponto importante será a capacidade do governo chinês mostrar liderança em meio a um problema de proporções épicas, ao se incluir o problema do longo feriado chinês, que possibilita o alastro do vírus.
Unem-se neste fim de semana um possível ataque iraniano com mísseis próximos à embaixada americana em Bagdá, movimentações próximas às instalações militares nucleares na Coreia do Norte e o feriado chinês, período do ano onde mais se viaja no país, o desenho de dias pesados está feitos e requer atenção redobrada.
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Para a semana, além das decisões de juros nos EUA e Reino Unido e PIB americano, atenção localmente ao IGP-M, números fiscais, desemprego e setor externo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa na sua maioria e os futuros NY abrem em baixa, com o alastramento do vírus de gripe na China.
Na Ásia, dia negativo, com o feriado na China e temores sobre o vírus.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque exceto ouro e prata.
O petróleo abre em queda, com temores de atividade econômica fraca.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 25,21%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1821 / 0,29 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,027%
Dólar / Yen : ¥ 108,91 / 0,358%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,176%
Dólar Fut. (1 m) : 4187,53 / 0,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,99 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,56 % aa (-0,18%)
DI - Janeiro 25: 6,30 % aa (-0,32%)
DI - Janeiro 27: 6,68 % aa (-0,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,9631% / 118.376 pontos
Dow Jones: -0,5842% / 28.990 pontos
Nasdaq: -0,9313% / 9.315 pontos
Nikkei: -2,03% / 23.344 pontos
Hang Seng: 0,15% / 27.950 pontos
ASX 200: 0,04% / 7.091 pontos
ABERTURA
DAX: -2,097% / 13291,96 pontos
CAC 40: -2,162% / 5894,01 pontos
FTSE: -2,133% / 7424,21 pontos
Ibov. Fut.: -1,04% / 118558,00 pontos
S&P Fut.: -1,321% / 3243,30 pontos
Nasdaq Fut.: -1,526% / 8970,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,24% / 76,36 ptos
Petróleo WTI: -3,34% / $52,30
Petróleo Brent: -3,05% / $58,61
Ouro: 0,71% / $1.582,72
Minério de Ferro: -0,05% / $94,35
Soja: -1,11% /$ 891,75
Milho: -1,68% / $380,50
Café: -2,13% / $107,95
Açúcar: -1,88% / $14,12
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