Teoria e Prática Têm Dissonâncias que Tendem a Agravar Riscos e Inibir Soluções!

 | 15.01.2021 06:01

O país, sabidamente, convive com severa crise fiscal e tem inúmeras ideias propositivas para alcance de solução, mas, na realidade e na prática, há a percepção de que o risco de agravá-la está muito mais factível do que as soluções, visto que falta protagonismo efetivo de parte do governo e há comportamentos antagônicos frontais por parte do Congresso nacional, com ênfase à Câmara.

E já se passaram dois anos do atual governo.

O país, embora muitos relutem em admitir, tem presente a ameaça de nova retração da atividade econômica face à pandemia do coronavírus, que retornou com agressividade, tendo encontrado o país ainda despreparado para a vacinação e a população carente e desempregada absolutamente dependente dos programas assistenciais do governo que foram finalizados.

Mesmo que se inicie finalmente a vacinação no próximo dia 20 deste mês, dada a falta de convergência de propósitos e comportamento da população não se espera superação, ainda que parcial, do problema sanitário antes de 2022, com grande probabilidade de se tornar um problema endêmico.

Para um governo que se propunha liberal o processo de reformas imprescindíveis e, também e principalmente, privatizações tem tido mais discursos teóricos do que empenhos práticos e articulados, demonstrando que não existe efetivamente o "espírito liberal”, mas sim a vontade de manter a estatização em inúmeros setores, o que inibe fundamentais fontes de recursos que poderiam mitigar a crise fiscal.

Por outro lado, é notório que existe a ansiedade em encontrar formas de acomodar no Orçamento continuidade das benesses à população carente e largamente desempregadas, já desalentadas, o que representa risco contínuo e presente no radar de rompimento do teto de gastos, tanto por parte do governo central quando por parte dos congressistas, razão pela qual este foi conduzido a foco maior em detrimento às demais questões fundamentais pautadas.

A despeito do despiste em torno da questão é inquestionável que os recursos fluidos pelos programas assistenciais é que deram suporte à queda menor do PIB em 2020, e isto poderá ter repercussões negativas no PIB deste ano de 2021, já que à massa de mão de obra desempregada tende a se agregar um novo e grandioso contingente que estava acobertado pelos programas assistenciais.

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A percepção objetiva é que a postura do governo tende muito mais ao populismo do que ao liberalismo, e se isto for uma percepção verdadeira, provavelmente o país não sairá do “status quo” presente, mas sim teremos continuidade do mesmo nos dois últimos anos, que serão dedicados ao foco da eleição presidencial.

Parece que o país está numa redoma, sem que efetivamente tenha esta percepção.

O mercado financeiro parece ter esta percepção e “fala” muito mais pelo comportamento do que pelos pareceres cotidianos e projeções com as quais não tem responsabilidade pelo erro, mas que incentivam os negócios.

O que se vê então!

O Ibovespa, depois de ter recuperado os preços altamente debilitados ao início da pandemia, em março/abril, sinaliza agora algum esgotamento no todo, mas repercute o preço das nossas ‘blue chips” espelhados do exterior onde repercutem o impacto da maior liquidez no mercado global mantendo baixa identidade com o ambiente econômico interno do país, mas, residualmente, ainda é receptora de recursos externos, porém bem menores do que ocorria costumeiramente anos atrás.

Recebeu em 2020 grande volume de novos investidores pessoas físicas, mas já não consegue ter impulsão e com preços ajustados as mesmas perspectivas face à efetiva inércia da atividade econômica e se demonstra vulnerável, e a sustentabilidade, com uma ou outra exceção, advém unicamente nos papéis ligados às commodities, cujas empresas tem considerável independência em relação ao “status quo” local.

O dólar repercute o comportamento da moeda no mercado global que indica viés de depreciação forte que é a causa de queda do preço no nosso mercado.

Entretanto, fatores internos são fortes contentores deste movimento de depreciação e assim a volatilidade do preço não decorre somente do risco fiscal, mas também é consequente do descompasso com o juro extremamente baixo no país, que estimula operações no mercado de derivativos, em especial de hedge que fica barato, que afetam o comportamento do preço da moeda provocando alto índice de volatilidade.

A inflação está absolutamente “viva” nos itens que afetam diretamente a renda da população em seu consumo básico, muito além do IPCA, e os juros futuros evidenciam estar sobre pressão apontando a desconformidade presente.

Urge que o BC/COPOM seja mais pragmático no reconhecimento da realidade brasileira neste momento, porque mitigar os sinais impositivos para protelar as medidas adequadas podem ter repercussões negativas futuras irreversíveis.

O mercado internacional vive a expectativa de novo e contundente pacote de apoio financeiro de US$ 2,0 Tri estimulante à retomada da atividade econômica e ao enfrentamento da pandemia do coronavírus pelo novo governo Biden, e o FED, a despeito dos sinais de inflação, assevera que as taxas de juro serão mantidas embora, por vezes, mas os T-Bonds sinalizem pressões.

Em tempos idos as expectativas para o Brasil na ocorrência destes eventos era intensamente favorável, mas na atualidade é bastante improvável que ocorra incremento maior do direcionamento de investidores estrangeiros ao mercado financeiro brasileiro, se tanto residual como tem ocorrido considerando o volume da liquidez global.

A postura inercial do governo ante os problemas mais relevantes do país, com muita retórica e pouca ação efetiva, muito conflitante e muita divulgação de indicadores com pouca sustentabilidade tendo em vista que “o que se ouve e se lê não é exatamente o que se vê”, podem exaurir os últimos dois anos de mandato presidencial, sem que se avance nas reformas fundamentais e nas privatizações.

Por isso, é pouco provável que ocorra um “boom” efetivo e sustentável mais amplo no mercado acionário brasileiro consequente de aquecimento da atividade econômica e que o dólar retroceda a preço abaixo de 5,00, ainda que ocorra forte depreciação da moeda americana no mercado externo.

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