Teremos um efeito dominó nas empresas do grupo 3G Capital?

 | 03.02.2023 12:02

A Ambev (BVMF:ABEV3), como a Americanas (BVMF:AMER3), está sob o guarda-chuva dos três homens mais ricos do Brasil: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da 3G Capital.

Com tantas manchetes negativas envolvendo os negócios do trio, há dúvidas se teremos um novo escândalo a nível Americanas.

O “pé atrás” do mercado teve início em 11 de janeiro de 2023 – dia em que a Americanas divulgou o fato relevante informando o rombo contábil de R$ 20 bilhões – e piorou quando foi revelado que, na verdade, as "inconsistências contábeis" somam R$ 40 bilhões.

Mais um escândalo/h2

Depois do colapso na Americanas, a Ambev foi acusada, em 1º de fevereiro de 2023, de um rombo de cerca de R$ 30 bilhões supostamente causado por manobras tributárias.

Em resposta à acusação, a cervejaria negou qualquer rombo, afirmando que as acusações não tinham qualquer embasamento.

A denúncia foi revelada pela coluna Radar Econômico, da Veja. Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), as dívidas da Ambev seriam relacionadas a impostos federais, estaduais e municipais.

Ainda é cedo para falar se o rombo realmente existe, até pelas diferenças entre o caso de Americanas e de Ambev (um relacionado a juros com credores e o outro a impostos). Nossa conclusão é que será preciso aguardar por novas declarações da companhia e possíveis novas provas que possam confirmar as acusações.

Efeito Americanas/h2

Num sinal da corrosão da confiança dos investidores com a governança das investidas da 3G Capital, as ações da Ambev caíram cerca de -4% nos últimos dois pregões.

Se considerarmos desde que a crise da Americanas se instalou, a Ambev já perdeu R$ 22,5 bilhões em valor de mercado – o papel cai 11%.