É Hora de Apostar nestas 3 Ações Cíclicas Após Divulgação da Vacina para a Covid?
Investing.com | 11.11.2020 08:54
Publicado originalmente em inglês em 11/11/2020
Será que chegou a hora de começar a comprar ações fortemente ligadas à saúde da economia nacional e global? Na segunda-feira, os investidores de ações receberam um possível sinal de compra, quando a fabricante de medicamentos Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34)anunciou que sua vacina experimental para a covid-19 era mais de 90% eficiente em um estudo com dezenas de milhares de voluntários.
Os investidores consideram que o ensaio clínico bem-sucedido de uma vacina, com a devida aprovação regulatória, seja o único caminho para a normalidade da economia global, que há meses está sendo castigada pelos bloqueios e proibições a viagens causadas pelo coronavírus. A pandemia já vitimou até agora 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, com mais de 50 milhões de infectados.
A perspectiva de uma vacina de sucesso nos próximos meses fez com que os investidores tirassem seu dinheiro do grupo FAANG, que inclui Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), e o alocassem em ações cíclicas, que se beneficiarão da abertura total da economia.
Com isso, os índices S&P 500, MSCI World e MSCI All-Country World Equity atingiram níveis recordes. Abaixo, listamos três ações cíclicas dos setores de energia, finanças e viagens para determinar qual pode representar uma boa oportunidade de compra se o mundo começar a se aproximar do fim dessa crise sanitária mundial.
1. ExxonMobil
As ações da gigante do setor de energia ExxonMobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34)se valorizaram 13% na segunda-feira, depois que a notícia da vacina foi divulgada, em meio a perspectivas melhores para os mercados petrolíferos. O papel subiu mais 2,22% na terça-feira, fechando a US$ 36,86.
O derretimento dos preços do petróleo e da demanda de produtos petrolíferos por causa da pandemia afetou duramente os mercados mundiais de energia neste ano. Esse choque de demanda foi mais intenso principalmente para a gigante americana de óleo e gás Exxon, que estava em meio a uma massiva expansão dos seus ativos.
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Mas se uma vacina for aprovada nos próximos meses, pode ajudar rapidamente a revigorar o consumo de petróleo, impulsionando a receita das empresas do setor. Mesmo com o salto de ontem, as ações da Exxon continua perto do seu nível mais baixo desde 2004.
O dividend yield anual da XOM de 9,65%, com base no fechamento de terça-feira, mostra que os investidores estão extremamente ansiosos com a sustentabilidade futura desses proventos. Em nossa visão, a Exxon não é um caso atraente de investimento no longo prazo, em relação a outras oportunidades no setor de energia.
Entre as empresas do ramo, a companhia é a mais exposta a eventos negativos, como a sobreoferta de petróleo, gás natural e gás natural liquefeito. Essa situação não deve mudar, na medida em que a indústria energética passa por uma mudança sísmica, afastando-se dos combustíveis fósseis.
2. JPMorgan Chase
Os bancos são um caso clássico de setor cíclico, já que estão bastante ligados à direção da economia. É por essa razão que eles dispararam forte após a notícia da vacina.
Entre os principais bancos, o JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), maior instituição do setor nos EUA, subiu mais de 13% na segunda-feira, apesar de ter fechado em queda de 0,33% na terça-feira, a US$ 116,52. Apesar do impulso, as ações ainda registram queda de cerca de 16% no ano.
Comprar JPM nesse patamar ainda faz sentido, em nossa visão, graças à força do balanço da instituição e da qualidade das suas operações. As diversificadas operações comerciais do JPMorgan estão gerando fluxos de caixa para a empresa mesmo diante de um difícil ambiente econômico.
Durante o terceiro trimestre, o lucro do JPM cresceu 4%, mesmo com uma recessão afetando grande parte dos seus negócios no ano. O banco separou apenas US$ 611 milhões para possíveis perdas decorrentes de empréstimos, muito menos do que o esperado e dos US$ 10,47 bilhões reservados no segundo trimestre. O lucro da instituição dobrou desde o segundo trimestre.
Com seu atraente dividend yield de 3%, as ações da instituição financeira são uma boa aposta de longo prazo para investidores de valor, enquanto a economia se reabre e os rendimentos dos títulos governamentais sobem. O potencial de lucro dos bancos melhorará significativamente se o Federal Reserve sinalizar o fim do seu estímulo monetário nos próximos meses.
3. American Airlines
Nenhum outro setor é tão dependente do lançamento e da distribuição bem-sucedida de uma vacina para a covid-19 do que o setor aéreo mundial. A pandemia foi devastadora para o segmento, enquanto as empresas e os turistas evitavam viajar e os governos aplicavam medidas de bloqueio.
A atual situação deprimida das linhas aéreas pode rapidamente se reverter se houver uma vacina até o fim deste ano, dando confiança aos consumidores, que podem começar a agendar viagens novamente. Não é de surpreender que as ações da American Airlines (NASDAQ:AAL) (SA:AALL34) dispararam 15% na segunda-feira, embora tenham registrado queda de 6,21% ontem, fechando a US$ 12,38. A ação ainda apresenta desvalorização de mais de 50% no ano.
Apesar do poderoso movimento de segunda-feira nas ações de aviação, não acreditamos que os investidores de varejo devessem ficar animados com essa indústria. Muitos analistas esperam que as companhias aéreas enfrentem baixa demanda nos próximos três anos, principalmente no segmento de viagens corporativas. Esse é um grande problema para empresas aéreas de serviço completo, que obtêm a maioria parte do seu lucro com cabines premium.
Alguns dos investidores mais prósperos do mundo, como Warren Buffett, abandonaram completamente as ações de linhas aéreas. A Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) (SA:BERK34), empresa de investimento de Buffett, anunciou, em maio, que havia encerrado suas grandes posições nas quatro maiores companhias aéreas dos EUA – Delta Air Lines (NYSE:DAL) (SA:DEAI34), American Airlines, United Airlines (NASDAQ:UAL) (SA:U1AL34) e Southwest Airlines (NYSE:LUV) (SA:S1OU34).
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