Trajetória Indefinida

 | 13.05.2014 09:27

É um exercício complicado prever como deve se comportar a atividade econômica neste ano e no próximo. Neste ano temos eleições e o acirramento de posições é uma realidade, com o governo mantendo uma política econômica a nosso ver errada, no próximo temos ajustes, o que, por certo deve afetar na demanda agregada e no crescimento.

Com isto, os indicadores seguem erráticos, subindo em alguns meses e despencando em outros. Pelas palavras da articulista Miriam Leitão, do GLOBO, é como uma “gangorra industrial”. Em 2013, por exemplo, a Indústria avançou em cinco meses, recuou em outros cinco e se manteve estagnada em dois. Neste ano, começou bem, crescendo 2,2% em janeiro, para depois empacar em fevereiro e recuar em março.

Este recuo de março (0,5% contra fevereiro) foi impactado por variados fatores, como o momento de indefinição de cenário que vivemos com a proximidade das eleições, os movimentos erráticos na gestão econômica, a crise cambial na Argentina e, também, pelo menor número de dias úteis, já que o Carnaval aconteceu em março neste ano, ao contrário de 2013 quando foi em fevereiro. Não poderíamos nos esquecer também da perda de competitividade em curso, com o câmbio volátil, assim como o processo de desindustrialização, com o setor industrial perdendo peso na composição do produto nacional. Já está próximo a 20% do PIB, sendo que no passado chegou a mais de 40%.

Diante destes fatos, façamos uma análise da Indústria neste primeiro trimestre de 2014, tentando enxergar uma possível trajetória futura. Cabe destacar que agora em março foi alterada a metodologia do indicador, melhor explicada ao fim deste Panorama.

Análise do desempenho em março. Como já dito, a Indústria acabou “rateando” em março, recuando 0,5% contra fevereiro e 0,9% contra o mesmo mês do ano passado. Cabe observar que houve uma revisão nos indicadores de janeiro e fevereiro, passando de 2,9% para 2,2% e 0,4% para estagnação, respectivamente. Cabe ressaltar também que com a nova metodologia também houve revisão na produção industrial nos últimos anos desde 2003.

Em todos estes anos, no entanto, esta mudança aconteceu mais na margem, em mais ou menos até 0,3 ponto percentual. O maior ajuste, aliás, aconteceu em 2013, com a produção passando de 1,2% para 2,3%, mas ainda devendo ser revisada em mais dois ou três pontos, para 2,5/2,6% (ver gráfico a seguir).

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