Trump Tenta Movimento Ousado Com os Sauditas Para Contornar Crise Venezuelana

 | 08.02.2019 06:30

É um movimento audacioso que poucos se atreveriam a fazer, mas o presidente dos EUA, Donald Trump, está contando com a ajuda da Arábia Saudita para preencher qualquer lacuna no abastecimento de petróleo provocada por suas sanções à Venezuela, ao mesmo tempo que tenta evitar que o “reino do deserto” obtenha mais ajuda da Rússia para aumentar os preços da commodity.

As refinarias na Costa do Golfo dos EUA, pressionadas pela falta de petróleo venezuelano, foram alertadas por autoridades da Casa Branca a não contarem com qualquer liberação de petróleo da Reserva Petrolífera Estratégica, porque estavam certos de que os sauditas aumentarão suas exportações ao país nas próximas semanas, de acordo com o serviço de informações energéticas Platts, na quinta-feira, citando uma fonte do governo Trump.

Como assinala a Platts, o mais surpreendente na posição dos EUA é que as autoridades sauditas não indicaram qualquer plano para cobrir um eventual déficit de oferta do país sul-americano, na medida em que a Opep, sob forte influência saudita, vem tomando medidas para cortar a produção e aumentar os preços.

h2 Senadores dos EUA propõem lei anti-Opep para combater o cartel ampliado/h2

Ao mesmo tempo, um grupo bipartidário de senadores norte-americanos elaborou uma lei para que o Departamento de Justiça processe os membros da Opep por violações antitruste, caso o cartel formalize seu pacto de cooperação petrolífera com a Rússia. O mais interessante é que a sigla da lei em inglês é “NOPEC”, que significa “Lei contra Cartéis de Produtores e Exportadores de Petróleo”, em alusão à sigla do cartel no mesmo idioma.

Na terça-feira, o periódico The Wall Street Journal informou que os sauditas, em especial, esperam formalizar a chamada aliança Opep+10 entre o cartel e um grupo de dez produtores de petróleo liderados pela Rússia, a fim de exercer maior controle sobre os preços mundiais do petróleo bruto.