Tsumoney – Fluxo de 100 Bilhões de Reais na Bovespa

 | 13.11.2018 09:22

Eu acredito que o fluxo positivo de recursos para investimento em ações está apenas começando e deverá crescer bastante em 2019, com potencial de mudar o patamar do volume negociado na Bovespa.

Primeiramente, vamos analisar alguns dados que podem ser considerados termômetros importantes para medir o aumento do interesse dos investidores em relação à Bolsa de Valores: 1) volume médio negociado diário; 2) alocação em renda variável; 3) fluxo de investidores estrangeiros e; 4) risco-país.

Eu começo com o volume médio diário negociado (ADTV) do Ibovespa. A média do ADTV aumentou significativamente a partir de outubro, para R$ 13,2 bilhões, aumento de 43% em relação à média de 2018, que está em R$ 9,2 bilhões.

O segundo ponto importante é a alocação de recursos de fundos de investimento em renda variável. Segundo dados da Anbima, a classe de fundos de ações captou R$ 1,2 bilhão no mês de outubro.

Os recursos totais investidos em ações representavam apenas 6,3% do total da indústria de fundos do Brasil, comparado a 5,9% em setembro de 2018, 5,5% em dezembro de 2017 e 4,3% em dezembro de 2016.

Os fundos de ações têm saldo total de R$ 288,4 bilhões, comparado ao montante de R$ 4,55 trilhões do total da indústria de fundos de investimento.

A participação dos fundos de ações em relação ao total de fundos ficou por volta de 10% entre os anos de 2007 e 2012. Antes da crise de 2008, a participação das ações chegou a 15% do total em dez/2007 e, historicamente, a média é de 8% desde 1994.

O terceiro ponto é o fluxo de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores (B3). Esse fluxo é dividido pelo mercado à vista (Ibovespa) e pelo mercado futuro (BMF). O fluxo no mercado à vista ficou negativo em R$ 6,2 bilhões no mês de outubro e está negativo em R$ 5,7 bilhões no acumulado de 2018.

Fluxo estrangeiro na B3

No mercado futuro, a posição dos investidores estrangeiros em Ibovespa passou de comprada em R$ 17,5 bilhões no final de setembro para vendida em R$ 7,3 bilhões em outubro, uma variação/saída de recursos de R$ 24,8 bilhões no mês.

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Fluxo estrangeiro no mercado futuro da B3

No acumulado de 2018 o saldo total de investidores estrangeiros no mercado (à vista e futuro) totaliza saída total de R$ 13 bilhões da bolsa de valores.

Esse fluxo mais negativo em outubro é explicado pela queda do dólar de 7,15% em outubro e pelo fim da incerteza devido ao período eleitoral.

Outro termômetro importante para fluxo de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores é o risco-país, que atingiu a sua mínima histórica em meados de junho de 2007 - por volta de 140 pontos em termos do Embi+Brasil (Ipea Data). Atualmente, o risco Brasil está em 250 pontos, mas acredito que ele tem potencial para ser reduzido em mais 100 pontos e voltar ao patamar de 2007.

Se o novo governo de Jair Bolsonaro for bem-sucedido nas tão esperadas e necessárias reformas (sendo que a da Previdência é a mais importante), o caminho ficará livre para a queda do risco-país, para o aumento de fluxo de investidores estrangeiros e até mesmo para recuperar o grau de investimento por parte das agências de classificação de risco.

O título da coluna se refere à tsunami, que quer dizer “uma série de ondas gigantes”. Por ondas gigantes me refiro ao fluxo de recursos que deverá ser direcionado para a Bolsa de Valores. Esse fluxo tem dois componentes: um doméstico e outro estrangeiro.

Fazendo uma conta rápida, eu estimo que o aumento do fluxo de investimento em ações no mercado local pode chegar a R$ 110,2 bilhões em 2019.

O fluxo doméstico é decomposto em duas partes: a primeira parte é assumindo que os fundos de ações passarão a representar 8% do total, com aumento de R$ 76,1 bilhões de reais (base outubro), o que representa uma captação líquida média de R$ 6,3 bilhões por mês em 2019.

A segunda parte virá dos fundos de pensão, com cerca de R$ 34,1 bilhões em aumento de alocação em ações conforme abaixo. Os fundos de pensão no mercado doméstico devem aumentar sua exposição ao risco com o objetivo de obter melhores rendimento da carteira de investimentos.

Levantamento feito pela consultoria Aditus indica que 113 fundações e fundos de pensão têm cerca de R$ 188 bilhões sob gestão. Esses fundos têm somente 6% do patrimônio sob gestão investido em ações. Esse montante poderá aumentar já no começo de 2019, para uma faixa entre 8% a 10% do total. Portanto, o aumento da alocação de mais 4 pontos percentuais representaria cerca de R$ 7,5 bilhões adicionais investidos em fundos de ações.

Os dois maiores fundos de pensão do Brasil têm um total de R$ 266 bilhões de recursos sob gestão: Previ (R$ 186 bilhões) e Petros (R$ 80 bilhões). Um aumento de alocação de 10% em ações teria impacto de R$ 26,6 bilhões no mercado acionário.

No final das contas, estamos falando de um enorme fluxo de recursos no mercado local que será direcionado para a Bolsa de Valores por parte de fundos de pensão, administradores de recursos e investidores pessoa física.

Eu termino este texto deixando como “cenas da próxima coluna” o potencial de fluxo de investidores estrangeiros para o Brasil, pois o país representa apenas 6,56% em termos de alocação de recursos para países emergentes (base set/18).

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