Um Ano e Meio de Contratos Futuros de Bitcoin: Qual Foi o Impacto no Preço?

 | 17.06.2019 14:29

O dia 17 de dezembro de 2017 foi um marco importante para toda a comunidade investidora de criptomoedas: nesse dia o Bitcoin atingia sua máxima histórica, chegando a custar 20 mil dólares. Era consenso geral de que o Bitcoin seguiria rumo à lua e que todos seriam ricos para sempre.

Como qualquer um que já passou por algum namorico adolescente sabe, o “pra sempre” sempre acaba. Não havia de ser diferente com o Bitcoin: no dia 18 de dezembro de 2017 a cotação começou a recuar e desde então não retornou aos patamares atingidos no dia 17. Até hoje analistas ainda se digladiam procurando culpados da queda, mas um dos principais suspeitos tem nome e endereço: South Wacker Drive número 20, no coração de Illinois - a Bolsa Mercantil de Chicago (Chicago Mercantile Exchange).

No dia 18 de dezembro de 2017 a CME lançava os contratos futuros de Bitcoin, mudando permanentemente o mercado de criptomoedas. Uma grande revolução foi possibilitar a entrada de investidores institucionais: por se tratar de uma instituição regulada, o investidor qualificado finalmente pôde passar a ter acesso ao investimento em Bitcoin através de meios legais. Muitos investidores acreditavam que a entrada de players institucionais levaria os preços para a estratosfera, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário.

O motivo para isso é bem simples, até o lançamento dos contratos futuros na CME, não havia como shortar (apostar na queda) o Bitcoin, salvo em corretoras pequenas, que negociavam baixos volumes e por isso ofereciam baixa liquidez. Historicamente os investidores tradicionais tendem a ser bem céticos sobre o Bitcoin: com a criptomoeda rompendo máximas históricas, investidores institucionais entraram apostando pesado no short, derrubando as cotações.

Antes de amaldiçoar a quinta geração do fundador da CME por oferecer a opção de short, é importante compreender qual é a função de contratos futuros. Contratos futuros são fundamentais para a realização de hedge, oferecendo proteção para produtores e investidores. Mineradores por exemplo podem shortar o Bitcoin e com isso garantir a lucratividade de suas operações mesmo que o preço caia. Dessa forma, os contratos futuros fornecem proteção aos produtores e compradores, reduzindo a volatilidade do mercado. De fato os contratos futuros parecem ter reduzido a volatilidade: