Um Novo Mergulho Das Commodities e o Bovespa a 45 Mil Pontos

 | 22.07.2012 16:14

É sempre ruim escrever um texto pessimista.

As pessoas tendem a esperar sempre uma voz otimista do outro lado.

E isso se tornou mais frequente, praticamente um "quase mantra", nos últimos 10 anos no Brasil.

O Brasil foi o "queridinho do mundo", sempre é claro, dentro do chamado "BRIC", que incluía Rússia, China e Índia.

O Brasil seria imune a qualquer tipo de turbulência externa, estaria sempre pronto a superar todo e qualquer obstáculo.

É preciso muita coragem pra ir contra essa visão otimista.

Vide a previsão de crescimento de 1,5% para o PIB do Brasil para esse ano feita pelo Credit Suisse há cerca de 2 meses.

O Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, prontamente taxou a previsão de "uma piada".

Pois sim.

Dentro desse contexto, é fato que lá fora, a visão acerca do Brasil no últimos 6 meses tem mudado rapidamente.

Aqui dentro, parece que não, a despeito de uns poucos, eu aí incluso.

Escrevi um texto no início do ano acerca da inversão da pauta de nossas exportações a favor das commodities, isto é, o Brasil já apresentava àquela época, uma participação de mais de 60% de commodities na pauta de exportações, bem mais do que os anos 90.

Essa semana, 2 notícias importantes parecem ter passado despercebidas.

Dados da Associação dos Exportadores Brasileiros (AEB) apresentados essa semana mostram que o superávit do comércio exterior brasileiro pode fechar o ano com um tombo de 76% em relação ao ano de 2011, o que seria o pior saldo desde 2001, quando tivemos um superávit de US$ 2,6 Bilhões segundo a entidade.

Outra notícia veiculada essa semana diz respeito a queda da arrecadação fiscal do governo federal e consequente aposta do mercado na dificuldade do governo em cumprir a meta do superávit primário. A nova previsão agora é de 2,95% do PIB para o superávit primário.

Quando estamos dentro do "zum-zum-zum", é mais dificil ver o que se passa.

Até mesmo porque o ser humano é um "animal" sempre otimista. Mas o Brasil dos últimos 5 anos, além de ser "impregnado" pelo "animal otimista", é o Brasil de políticas populistas, assim como o país da Copa e das Olímpiadas.

Dado esse pano de fundo, acho até que me alonguei demais, vamos mergulhar em alguns gráficos.

O primeiro ponto a se destacar é em relação as commodities.

Ora, o BOVESPA carrega um peso muito grande em commodities, principalmente VALE e Petrobrás.

O Mundo está em forte desaceleração econômica e boa parte dessa desaceleração é impactada diretamente no consumo de commodities.
Portanto, não é dificil especular num bear market das mesmas, salvo questões circunstanciais aqui e ali.

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Abaixo temos o principal índice de referência das commodities, o "CRB".

O índice no TEMPO SEMANAL mostra uma Média móvel Simples de 50 já embicada pra baixo. Na sexta-feira última, bateu em uma LTB longa.
Portanto, há uma forte chance de vermos agora um novo mergulho desse índice, muito possivelmente na direção de 250 pontos.

Gráfico semanal, escala linear