Uma Semana Pesada na Seara Política

 | 13.08.2021 08:48

O mercado segue no stress, dadas as incertezas fiscais e o ambiente político tóxico, no meio do vai vem do parecer do IRPJ, em novo adiamento, incômodo com a PEC dos precatórios e mais turbulências na CPI da Covid.

CPI da Covid/h2

Sobre esta, Ricardo Barros acabou colocando mais “fogo no parquinho”, ao culpar a comissão pelo atraso das vacinas e aumento da desconfiança dos laboratórios a liberar as vacinas. Negou a influência na transação de qualquer vacina, mas se colocou em posição mais confortável por ser “convidado”. Depois de um princípio de bate-boca na comissão, Omar Aziz, presidente desta, resolveu cancelar a oitiva e voltar a chamar o deputado, agora como convocado, não mais convidado. Ou seja, ele será obrigado a comparecer e se comprometer a dizer a verdade.

O fato é que não dá para “dourar a pílula” sobre a postura irresponsável do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. A impressão é que ele sempre se apoiou em “teses negacionistas”, como a tal “imunidade de rebanho”, além da recomendação de cloroquina e ivermetcina, ambas comprovadas ineficazes. Foram várias negativas na compra de vacinas, ainda mais depois dos contatos com a Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) em meados do ano passado, claramente, num endurecimento das negociações, sem esquecer rejeitar a Coronavac, em uso em São Paulo. A verdade é que o governo não ingressou na “corrida das vacinas”, porque não quis. Sempre se comportou como a “parte dura” nas negociações e se apoiou na questão do pouco prazo para os testes e aprovação pela ANVISA. A verdade é que a parte interessada eram os governos, e não apenas os laboratórios. Estes tinham demanda inelástica. Todos estavam atrás das vacinas. Não haviam alternativas outras.

No Congresso/h2

O relator da reforma tributária enviou mais um parecer para ser debatido no plenário da Câmara. É a quarta versão e o objetivo é atender ao pleito dos governadores, com a possibilidade de perda de receita, devido à alteração do IR para as empresas. Agora a ideia é que a redução passa a ser de 8,5 ponto percentual, de 25% a 16,5%. No primeiro parecer, era de 12,5 p.p., no segundo 9,5 ponto percentual e no terceiro 9,0 p.p.. Resta saber como o governo deve responder a isso, pois boa parte desta receita já parece comprometida para o pagamento do “Auxílio Brasil”, uma Bolsa Família “turbinada”.

Será esta política social, aliás, a tentar reverter a perda de apoio político e popularidade do presidente Bolsonaro.

Este novo parecer deve ser votado na terça-feira que vem (dia 17), depois do pedido do colégio de líderes.

Na MP dos precatórios, o Tesouro já informou que o fundo de Liquidação de Passivos não terá um “tratamento diferenciado”, não tem nada de orçamento paralelo, como alguns chegaram a acusar. O que significa que todas as receitas e despesas serão oriundos do orçamento, saindo do resultado primário. É objetivo aqui o governo acelerar as privatizações, a venda de ativos, para sustentar este fundo, a ser usado no pagamento de R$ 89 bilhões em precatórios. A única observação é que estes recursos devem ficar fora do teto dos gastos, já que caso contrário afetariam outras despesas que teriam que sofrer ajustes intempestivos.

Pandemia/h2

Nos EUA, a FDA autorizou a terceira dose da Pfizer e Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34) para transplantados e imunocomprometidos. É fato, depois da partida do ator Tarcísio Meira, com 85 anos, que a eficácia das vacinas não é 100%. A Coronavac, pelo que se tem lido, baixa muito sua eficiência para pacientes acima de 80 anos, com baixa imunidade. Na China, um grande porto de escoamento de comércio fechou depois de mais este surto de Covid pelo mundo. Toda atenção à variante Delta

Indicadores /h2

O setor de serviços cresceu 1,7% em junho contra maio, patamar mais elevado desde maio de 2016. Em três meses o setor acumula 4,4%, e contra fevereiro do ano passado, +2,4% acima, patamar superior do início da pandemia.

No mercado/h2

O mercado doméstico fechou o dia 12 em forte queda, diante da preocupação com o front fiscal, fim da “regra de ouro” na PEC dos precatórios, dificuldades em aprovar a reforma do IR e insistência do presidente com o voto impresso.

Dólar e juro operaram em alta, enquanto que bolsa em forte queda. Nos EUA, as bolsas operaram em rally, renovando recordes, depois da inflação um pouco acima do esperado, pelo PPI.

O Ibovespa encerrou em queda de 1,11%, a 120.700 pontos, menor nível desde 12 de maio. Já o dólar subiu a R$ 5,254 (+0,66%), dada a piora no cenário fiscal e os impasses na aprovação da reforma tributária. Em NY, o Dow Jones subiu 0,04%, a 35.499, S&P +0,30%, a 4.460 pontos e Nasdaq 100 +0,41%.

Nesta madrugada (22h35 do dia 12), no mercado asiático os índices operavam, na maioria, em queda. A bolsa Kospi, da Coréia do Sul, recuando 1,42%, a Nikkei -0,11%, Shanghai -0,26% e Hang Seng -0,96%. No DXY, o recuo do dólar era de 0,03%, a 92.888 pontos, os TNotes de 10 anos recuavam 1,12%, a 1,344% e os barris de petróleo, WTI a US$ 69,23 (-0,03%) e Brent a US$ 71,46 (+0,03%). Na abertura da Europa (04h05), os mercados operavam em suave alta. DAX avançando 0,08%, FTSE 100 0,28%, CAC 40 +0,14% e Euro Stoxx 50 +0,04%.

Na agenda desta sexta-feira, estejamos atentos aos dados do IBC-Br de junho, importante para sabermos como está a retomada da economia brasileira. Na Zona do Euro, a balança comercial de junho e nos EUA, a Prévia da Confiança do Consumidor de agosto.

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