Produtores de Petróleo nos EUA Preferem Ganhos Imediatos a Perdas no Longo Prazo

 | 12.05.2020 10:04

Certamente não estamos vivendo as oscilações dos dias de produção desenfreada. Mas a produção de petróleo nos EUA continua subindo de maneira gradual e constante desde o repique dos preços nas últimas duas semanas.

E esse é o pior cenário que poderia acontecer para a saúde da indústria de shale oil no longo prazo.

Os crashes profundos e prolongados nos preços não são novidade no petróleo. Entretanto, nunca antes o produto sofreu o duplo golpe representado pelos choques simultâneos de oferta e demanda, responsáveis por gerar transtornos jamais vistos no mercado.

Os confinamentos forçados pela pandemia nos últimos dois meses não só eliminaram praticamente uma década de demanda petrolífera. Eles viraram os mercados de cabeça para baixo de forma desesperadora, com deslocamentos regionais e destruição desigual de demanda entre os produtos, pavimentando o caminho para uma recuperação bagunçada e desconjuntada, segundo a Energy Intelligence, de Nova York, em um blog publicado na semana passada.

Respostas dia a dia

O CEO da Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa), Ben van Beurden, também notou que a atual dinâmica no petróleo envolve “um nível de incerteza impossível de modelar com cenários” e as respostas a questões de oferta e negociação precisam ser dadas “dia a dia”.

É aí que entra o debate sobre a recuperação de preços que estamos vendo. Com exceção do modesto declínio de menos de 2,5% na segunda-feira, o petróleo norte-americano West Texas Intermediate (WTI), tem registrado ganhos fenomenais ultimamente: 25% na semana passada; 17% na semana anterior; e 100% desde as mínimas estabelecidas há 11 dias. E isso tem estimulado a produção.