Vacinação Acelera em SP

 | 15.06.2021 08:49

Iniciamos esta terça-feira atentos ao ritmo de vacinação, já que o governo paulista anunciou antecipar o cronograma de imunização em um mês, sinalizando que até meados de setembro todos os adultos devem estar “protegidos”, pelo menos, com a primeira dose. Não dá para fugir. Será a velocidade da vacinação a definir os rumos da economia e o “abrir de janelas” para o restante deste ano e o próximo. 

A intenção do governo paulista é vacinar pessoas sem comorbidades de 50 a 59 anos, entre os dias 16 e 22 deste mês; em seguida, pessoas de 43 a 49 anos, entre os dias 23 e 29, e de 40 a 42 anos, do dia 30 a 14 de julho. Entre os dias 15 e 29 de julho, objetivo é concluir a imunização dos adultos de 35 a 39 anos; pessoas de 30 a 34 anos devem receber a vacina entre os dias 30 de julho e 15/8; 25 a 29 anos (de 16 a 31/8) e 18 a 24 anos (1º a 15/7). Sem retórica viesada, sem enrolação, é vacinação ou vacinação. Projeções indicam que em meados de setembro, todo os adultos do estado de São Paulo devem estar imunizados com a primeira dose. 

É fato. O governo federal errou, e errou feio, negando isso, atrasando na compra de vacinas e “politizando” a pandemia. 

Esta, inclusive, deverá ser uma das conclusões da CPI da Covid. O saldo está aí: 488 mil mortes, crescendo 827 até ontem, em 24 horas, com 39.846 novos casos, 66.913 na média de sete dias. Se isso não é o caos de uma política de saúde pública desastrosa, às portas de uma terceira onda, não sabemos mais o que é correto...

Como resultado, a pesquisa XP/Ipespe reflete um profundo desgaste do governo Bolsonaro. A administração dele é considerada ruim e péssima por 50% dos consultados, em maio eram 49% e em outubro do ano passado, 31%. Parece-nos um processo de “derretimento contínuo”. 

Como resposta, no seu olhar populista e pensando em 2022, o governo deve estender o auxílio emergencial até outubro deste ano, de acordo com o “ritmo” de vacinação e fazer um “retrofit” sobre o programa Bolsa Família, aumentando seu raio de auxílios, de 14 milhões para 20 milhões, pensando também no reajuste em mais 50% no auxílio, a R$ 300. 

No mercado, todo olhar para esta “super quarta-feira, quando o Fed e o Banco Central do Brasil devem deliberar sobre a política de juros.

Por aqui, já parece dado um ajuste de 0,75 ponto percentual, a 4,25%, restando alguma dúvida sobre se o Banco Central retirar o termo “ajuste parcial” ou manter. Tudo leva à crer que deve retirar, pois a perseguição ao centro da meta de inflação (3,5%) no ano que vem, vai se tornando mais complicada. Acreditamos agora em mais três ajustes de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 5,75% ao fim deste ano. Pesquisa Focus indica o IPCA a 5,82% neste ano e 3,78% no ano que vem, e taxa Selic, para este ano, a 5,75% e no ano que vem, a 6,25%, podendo até ficar acima da chamada “taxa neutra” (definida em 6,5%). 

Ou seja, isso acontece num cenário de inflação, pelo IPCA, acima de 8% em 12 meses, se espalhando e tudo piorando com a crise hídrica em curso. Já se fala em racionamento de energia e na possibilidade de uma nova faixa para a bandeira tarifária, acima da “vermelha faixa 2”. Junto a isso, as termoelétricas terão que ser usadas com mais intensidade nos próximos dias.    

Nos EUA, na reunião do Fed, todos de olho também no discurso de Jerome Powell, já que o juro, entre zero e 0,25%, não deve ser alterado, nem a política de compra de ativos. O timing do tal “tapering” deve se confirmar, talvez a partir de agosto, na reunião dos bancos centrais em Jackson Hole. Neste evento deve ser anunciado o final desta política acomodatícia e definida a data. 

No Congresso, o governo acende um “sinal amarelo” sobre a votação da MP da Eletrobras (SA:ELET3), a enfrentar novos obstáculos na tramitação prevista para esta semana. Cresce entre os senadores um mal estar contra a MP (texto apresentado até terça-feira) e aposta-se que a matéria deve passar no Senado, mas com mudanças que devem levar de volta à Câmara. Lembremos que esta MP perde validade no dia 22/06. 

LEIA MAIS: Crise hídrica piora clima da votação sobre a Eletrobras

Este MP tem sido alvo de críticas por causa dos seus “jabutis” - trechos estranhos ao projeto inicial - aumentando as tarifas de energia aos consumidores em até 20% e os custos do setor, elevados em até R$ 67 bilhões. É um verdadeiro “elefante branco”, feito para acomodar as forças políticas. Achamos que deve perder o prazo. 

Em paralelo, visando preservar sua governabilidade, Bolsonaro discute com aliados um novo pacote de mudanças nos ministérios para atender os líderes do Centrão no Congresso. Os “caciques” pressionam por uma distribuição de cargos, a saída do chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, de Ricardo Salles (Meio Ambiente), além de cobiçarem a pasta do Turismo. Sobre o ministério da Economia, de Paulo Guedes, alguns querem seu desmembramento e a criação do Planejamento.

Nos mercados, ontem foi dia de bolsa em suave alta de 0,59%, a 130.270 pontos, e dólar a R$ 5,0707, -1,02%, depois de avançar 1,73% na semana passada. No mercado de juros, a ponta curta se intensificou e a média e longa se mantiveram estáveis. 

AGENDA – Atenção para a MP da Eletrobras nesta 3ª feira e o julgamento pela autonomia do BACEN na 6ª feira, além das reuniões do Copom e do Fed na 4ª feira. A Comissão Especial da reforma administrativa discute na 4ª feira o cronograma de trabalho do relator, Arthur Maia. A CPI da Covid ouve o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo (3ª feira), o ex-governador do RJ Wilson Witzel (4ª feira), o empresário Carlos Wizard (5ª feira) e o representante da White Martins Paulo Baraúna (6ª feira). Do lado da inflação, saem o IGP-10 de junho (4ª feira) e as prévias do IPC-S (4ª feira), IPC-Fipe (5ª feira) e IGP-M (6ª feira).

Boa semana e bons negócios!

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