Vale: Vender Pelo Risco de Imagem ou Comprar pelos Bons Fundamentos?

 | 29.01.2019 11:01

Bom dia Investidores,

Ontem o Ibovespa caiu 2,29% e fechou aos 95.443 pontos, com um giro financeiro forte de R$ 24,3 bilhões, porém um terço dessa movimentação, foi apenas nas ações da Vale(VALE3 (SA:VALE3)).

As ações da Vale despencaram 24,52%, com o mercado financeiro punindo violentamente a empresa. A perda foi de mais de R$ 72 bilhões de valor de mercado em apenas um dia. O risco de imagem para a empresa é imensurável, já que foi reincidente e pode ter tirado a vida de mais de 300 pessoas, sendo incomparável com o acidente em Mariana, que deixou 19 mortos.

Escritórios jurídicos nos EUA já vem se pronunciando e devem entrar com ações coletivas contra a empresa, que consideram o caso da Vale mais grave do que da Eletrobrás e da Petrobrás, já que envolve mortes. Além disso a Fitch já rebaixou o rating da Vale de BBB+ para BBB-, e colocou em observação para mais um novo corte, perdendo o grau de investimento.

Todos esses fatores, somados a um governo mais rigoroso em termos de punição a empresa, falando até em afastamento de diretores, fazem os investidores ficarem preocupados com a empresa. De ontem para hoje, muitos analistas vem se pronunciando, e todos destacam a capacidade financeira da empresa, que possui um caixa forte, muita capacidade de geração de receita e potencial de crescimento, alguns falando até em oportunidade de compra para o papel.

Seja como for, os fundamentos da empresa são ótimos, e de fato, olhando apenas números, a recomendação seria de uma oportunidade de compra, já que a perda de mais de 24% foi excessivo do ponto de vista econômico, porém não pode se negligenciar todos os fatores que eu elenquei, que ainda podem punir a empresa, que vem se esforçando para melhorar a sua imagem perante a sociedade, ontem mesmo anunciaram a doação, e não a indenização, de R$ 100 mil a cada família das vítimas, como forma de mostrar apoio.

Para quem gosta de volatilidade, essa é a oportunidade, o cenário é de muito risco x retorno e quem acertar o lado, poderá colher bons lucros.

A Bradespar (SA:BRAP4), que detém participação na Vale, atuando de forma direta na administração superior, com membros no Conselho de administração, caiu 24,49%, ajudando a derrubar o Ibovespa. Sem as ações da Vale e da Bradespar, o índice fecharia positivo.

A queda no preço do petróleo, por receio de desaceleração global, ajudaram a derrubar as ações da Petrobras, que caíram 3,53% nas Ordinárias (SA:PETR3) e 3,01% nas Preferenciais (SA:PETR4)). Já as ações da Ambev (SA:ABEV3) subiram 4,6%, com o Goldman Sachs reiterando recomendação de compra, confiando nos resultados operacionais da empresa.

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Os bancos privados tiveram um dia de alta, com os investidores apostando em um boa temporada de balanço e lucros fortes. As ações do Bradesco (SA:BBDC4) subiram 0,81%, do Itaú (SA:ITUB4) subiram 1,79% e do Santander (SA:SANB11) subiram 0,26%. Já as ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) caíram 1,28%, já que o fundo de pensão de funcionários do banco, é um dos maiores acionistas da Vale.

Indo para o dólar, o dia foi de alta, com a moeda subindo 0,14% e fechando em R$ 3,76. A alta só não foi maior, pois o dólar se desvalorizou frente a grande maioria das moedas, com a expectativa de um PIB mais fraco para 2019. Prova disso é que o Euro se valorizou 1,03% frente ao real, fechando em R$ 4,31.

Já os juros DIs, tiveram mais um dia de alta, destaque para o DI jan 2021 que foi de 7,20% para 7,22% e o DI jan 2025 que foi de 8,87% para 8,93%.

Na agenda, hoje vamos ter o IGP-M de janeiro e o BC divulgará a nota de operação de crédito relativa ao mês de dezembro.

Indo para os Estados Unidos, o dia foi de queda, com o Dow Jones caindo 0,84%, o S&P 500 caindo 0,78% e o Nasdaq caindo 1,11%. O motivo foram os dados mais fracos na China, que começaram a afetar o balanço das empresas norte-americanas, prova disso foi a queda de 9,13% da Caterpillar, que atribuiu o resultado mais fraco, a menor demanda por parte dos chineses. Além da desaceleração chinesa, a revisão do PIB dos Estados Unidos para baixo, por Bank of America e Goldman Sachs, também ajudaram a pressionar as bolsas americanas.

O grande teste será hoje, com a divulgação do balanço da Apple (NASDAQ:AAPL), no fechamento do pregão, já que alguns dias atrás, a companhia revisou os seus resultados para baixo, por conta da desaceleração chinesa e da guerra comercial. Além disso vamos ter hoje o balanço da 3M e da Pfizer.

A agenda será fraca, apenas com a confiança do consumidor medida pelo Conference Board. Com a agenda fraca, o mercado se voltará a para a retomada das negociações comercias entre China e EUA.

Indo para a Europa, hoje as bolsas abriram em leve alta, com o IBEX-35 de Madri, subindo 0,01% e o FTSE de Milão, subindo 0,07%. Ontem, Mario Draghi, presidente do BCE destacou que os indicadores dos últimos meses da Zona do Euro vieram piores que o esperado. Hoje será mais um dia importante para Theresa May, já que será a votação do projeto de lei do acordo do Brexit, no Parlamento Britânico.

Na Ásia as bolsas fecharam praticamente de lado, com o Nikkei 225 de Tóquio, subindo 0,08% e o Índice Shangai caindo 0,10%. Vale lembrar que o indicador que derrubou as bolsas ontem, o lucro industrial chinês em dezembro, que veio abaixo do esperado e recuou 1,9%.

Conforme comentei anteriormente, a desaceleração global e expectativa de menor demanda, derrubaram o preço do barril de petróleo, com o WTI caindo 3,17% e o Brent caindo 2,77%.

E para finalizar, as criptomoedas tiveram mais um dia de baixa, com o Bitcoin recuando 1,36% e a Ripple caindo 3,35%.

Ótima terça e bons negócios!

Por Fabio Louzada
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