Volatilidade no Ar

 | 11.12.2018 05:54

Diante de tantas notícias que vêm afetando o comportamento do mercado financeiro nesta reta final de 2018, a volatilidade parece ser um “novo normal” dos negócios - pelo menos próximos meses. Ao cenário de tensão com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a desaceleração econômica mundial, acrescentou-se ontem a preocupação com o Brexit, abalando de vez a confiança dos investidores.

Nesta terça-feira, as bolsas da China até que tentaram se animar com a mais recente rodada de negociações entre Washington e Pequim, após o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, conversar por telefone com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, para falar sobre o cronograma e o roteiro das negociações comerciais.

As ações em Xangai e em Hong Kong foram ajudadas pelas manchetes mais recentes, encerrando o dia em alta de 0,4% e 0,3%, mas a notícia foi insuficiente para embalar as demais praças asiáticas. Tóquio fechou em queda de 0,3%, enquanto Cingapura caiu 0,4%. No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York têm leves perdas, mas as praças europeias caminham para uma abertura positiva.

A libra também oscila em alta em relação ao dólar, mas segue no menor nível em cerca de 20 meses, após o tombo da véspera, quando a primeira-ministra britânica, Theresa May, adiou a votação no Parlamento sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). A moeda norte-americana está de lado em relação aos rivais, reduzindo o fôlego de alta visto ontem, em meio à estabilização nos títulos norte-americanos. O petróleo também está estável.

O exterior pesado contaminou os ativos emergentes, o que levou a Bolsa brasileiro para a faixa dos 85 mil pontos e içou o dólar para além de R$ 3,94, durante o pregão, acionando uma nova atuação do Banco Central, via a oferta de US$ 1 bilhão em leilão de linha (venda de dólar com compromisso de recompra). A última atuação foi há uma semana.

Ainda assim, a mensagem que o mercado financeiro emite hoje é de que deve esperar mais movimentos bruscos (e intensos) dos ativos daqui para frente, tanto para o lado positivo quanto para o lado negativo. Afinal, enquanto não houver uma solução para os principais focos de tensão, o vaivém dos negócios tende a durar.

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O mercado financeiro continua monitorando os desdobramentos da relação entre EUA e China, que ganhou um fator adicional após a prisão de uma executiva da Huawei, elevando a desconfiança quanto à trégua comercial acertada entre os dois países no encontro do G-20. Há também a preocupação quanto à desaceleração econômica mundial.

A inversão da curva de juros norte-americana combinada com indicadores econômicos mais fracos sobre a atividade na Europa e na Ásia deixa dúvidas quanto ao desempenho das principais economias em 2019. O único fato mais relevante, capaz de garantir um alívio nos ativos de risco, seria o Federal Reserve sendo mais claro sobre o ritmo de aperto monetário.

O Banco Central dos EUA reúne-se na semana que vem, no que deve ser o último grande evento de 2018, e os investidores esperam por uma mensagem mais suave (“dovish”), que sinalize a proximidade do fim do ciclo de alta da taxa de juros, iniciada em 2015. Ainda assim, o Fed deve subir o custo do empréstimo no país pela quarta vez neste ano.

Nesta terça-feira quem se reúne é o BC brasileiro, que anuncia amanhã a decisão sobre a taxa básica de juros. A previsão é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic estável em 6,50% pela sexta vez seguida, após ter interrompido o ciclo de cortes em maio.

O Copom também deve adotar um tom dovish, sinalizando que deve demorar mais tempo para o início do ciclo de alta (normalização) da taxa Selic no ano que vem. Cada vez mais, cresce a percepção de que o juro básico deve permanecer no piso histórico por mais tempo que o esperado, por causa da atividade fraca e da inflação baixa.

Entre os indicadores econômicos, saem hoje leituras regionais dos preços ao consumidor neste início de dezembro, além da primeira prévia deste mês do IGP-M (8h). Também serão conhecidos os dados atualizados da safra agrícola para 2019 e as últimas estimativas para a colheita neste ano (9h).

No exterior, destaque para o índice de preços ao produtor norte-americano em novembro (11h30), que tende a reforçar o cenário de inflação bem comportada nos EUA, o que, combinado com os primeiros sinais de perda de força da atividade econômica do país deve manter a trajetória rumo à curva invertida de juros, com uma possível recessão à frente. Logo cedo, sai o índice ZEW de sentimento econômico na Alemanha e na zona do euro em dezembro (8h).

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