Jason Vieira | 08.11.2022 08:07
A política em voga será o mote dos mercados nos próximos dias, onde o ‘waiver’ dos investidores locais com o novo governo começa a perder força, devido à ausência de nomes criveis para os ministérios e propostas de elevado estouro do teto dos gastos em R$ 175 bi.
No geral, os analistas já impunham em suas projeções uma elevação dos gastos equivalente a R$ 80 bi, para sustentar ambas as promessas de campanha de manter o auxílio Brasil de R$ 600, portanto, a percepção de pior vem do “a mais” imposto pelo novo governo.
Para avançar, é fato de que uma postura beligerante contra o congresso não é saudável, pois isso se mostrou contraproducente no primeiro ano do atual mandato e agora, com uma formatação nitidamente de oposição, especialmente no Senado, tudo deve ser negociado ponto-a-ponto.
Neste ponto, portanto, não ficam somente as demandas do novo governo em furar o teto, mas também as possíveis demandas do congresso e as chamadas pauta-bomba, com elevação da faixa de impostos de MEI e o IRPF, custando em torno de R$ 100 bi.
Todas estas imposições, em meio à arrecadação menor em 2023, dado o menor crescimento econômico e menor inflação, podem incrementar a percepção de que o governo não terá fontes de recursos, além do financiamento via títulos públicos, pois tais desafios igualmente dificultam a criação de novos impostos.
Deste modo, as curvas de juros podem em breve começar a impor prêmios maiores em seus vértices, de forma a acomodar as novas demandas, assim como as projeções de inflação podem retomar força, em meio aos iguais desafios.
Nos EUA, a eleição de meio de mandato é mais um desafio ao governo Biden, atolado em inflação, retóricas que não tem convencido o público de quem é a responsabilidade pela explosão de preços e pesquisas desfavoráveis aos Democratas.
Seguindo as projeções, devem perder aos Republicanos o comando de ambas as Casas, o que para o mercado, pode ser positivo, pois encerra os planos já falíveis de Biden de gastos fiscais de enorme proporção, para “controlar a inflação” e avançar o “Build Back Better”.
Na agenda de hoje, IGP-DI, IPC-S Semanal e carta da Anfavea.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelas eleições de mid-term nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com queda especificamente nas bolsas chinesas, na expectativa pelas eleições nos EUA e após uma serie de dados positivos no Japão.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto o cobre e o minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com aumento da oferta global e o temor de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,90%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1628 / 2,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,230%
Dólar / Yen : ¥ 146,28 / -0,232%
Libra / Dólar : US$ 1,15 / -0,356%
Dólar Fut. (1 m) : 5141,63 / 1,81 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,70 % aa (0,11%)
DI - Janeiro 24: 13,04 % aa (0,73%)
DI - Janeiro 26: 11,74 % aa (1,91%)
DI - Janeiro 27: 11,74 % aa (2,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,3808% / 115.342 pontos
Dow Jones: 1,3078% / 32.827 pontos
Nasdaq: 0,8522% / 10.565 pontos
Nikkei: 1,25% / 27.872 pontos
Hang Seng: -0,23% / 16.557 pontos
ASX 200: 0,36% / 6.959 pontos
ABERTURA
DAX: 0,289% / 13572,68 pontos
CAC 40: -0,088% / 6410,95 pontos
FTSE: -0,119% / 7291,32 pontos
Ibov. Fut.: -2,47% / 116569,00 pontos
S&P Fut.: 0,22% / 3823,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,227% / 11063,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,24% / 116,67 ptos
Petróleo WTI: -1,15% / $90,73
Petróleo Brent: -0,96% / $96,98
Ouro: -0,28% / $1.670,68
Minério de Ferro: 2,05% / $87,95
Soja: 0,03% / $1.440,50
Milho: 0,07% / $675,75
Café: 0,32% / $168,95
Açúcar: 0,05% / $18,65
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