Arábia Saudita e Rússia aprofundam cortes na oferta de petróleo e preços sobem

Reuters

Publicado 03.07.2023 08:48

Atualizado 03.07.2023 09:17

Por Maha El Dahan e Jana Choukeir

DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita e a Rússia, maiores exportadores de petróleo do mundo, aprofundaram os cortes na oferta de petróleo nesta segunda-feira, elevando os preços, apesar das preocupações com uma desaceleração econômica global e possíveis aumentos nas taxas de juros do Federal Reserve dos EUA.

A Arábia Saudita disse que estenderá seu corte voluntário na produção de petróleo de um milhão de barris por dia (bpd) por mais um mês, para valer durante agosto, acrescentando que o corte pode ser estendido além desse mês.

Logo após o anúncio saudita, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse que Moscou cortaria suas exportações de petróleo em 500.000 barris por dia em agosto.

Os cortes chegam a 1,5% da oferta global e elevam o total prometido pela Opep+ para 5,16 milhões de bpd.

A Opep+ já tem vigentes cortes de 3,66 milhões de bpd, totalizando 3,6% da demanda global, incluindo 2 milhões de bpd acordados no ano passado e cortes voluntários de 1,66 milhão de bpd acordados em abril e estendidos até dezembro de 2024.

Os preços do petróleo subiam com a notícia dos cortes, com o Brent avançando 48 centavos, para 75,89 dólares o barril, às 8h23 (horário de Brasília).

A Opep+, que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, extrai cerca de 40% do petróleo bruto mundial.

A aliança tem cortado a oferta para elevar os preços desde novembro do ano passado devido à demanda chinesa mais fraca e ao aumento da oferta dos EUA, mas até agora não conseguiu movê-los muito além da faixa de 70 a 80 dólares o barril.

"A produção do reino para o mês de agosto de 2023 será de aproximadamente 9 milhões de barris por dia", disse a agência de notícias estatal saudita SPA, citando uma fonte oficial do Ministério da Energia do país.

A Arábia Saudita, líder de fato da Opep, havia prometido no início deste mês fazer um corte profundo em sua produção em julho, além do acordo mais amplo da Opep+ para limitar a oferta até 2024 conforme o grupo busca elevar os preços do petróleo.